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Agronegócio: como a tecnologia deve impulsionar o setor?

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Um relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, em conjunto com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estimou que a produção de alimentos mundial precisa aumentar em 70% até 2050. Isto para poder alimentar as quase 10 bilhões de pessoas que vão compor a população mundial até lá. O Brasil deve ter um papel de protagonista nessa missão.

Atualmente o País já é o terceiro maior produtor de alimentos, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Quando o assunto é exportação, o Brasil é o segundo colocado, uma vez que a China utiliza grande parte da sua produção no mercado interno. Para se firmar como um dos líderes do agronegócio mundial, o País precisará modernizar grande parte dos setores produtivos e as tecnologias vêm apresentando soluções cada vez mais inovadoras para tal.

Agronegócio e tecnologia

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que quando são consideradas todas as cadeias produtivas do agronegócio, como produção, armazenagem e comercialização, o setor responde por quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A tecnologia é imprescindível para a expansão do setor, não apenas para mecanizar a produção e diminuir os custos, mas também para gerar soluções para os problemas que aparecem. 

As safras de 2020 e 2021, por exemplo, foram fortemente afetadas por fatores climáticos pouco comuns, e uma das principais commodities do País, o milho, sofreu com a praga da cigarrinha. Algumas ações como o uso de sensores e softwares podem auxiliar em crises e apresentar soluções para os produtores não perderem tanta rentabilidade. 

Estas são algumas das tendências tecnológicas que devem revolucionar o campo nos próximos anos:

1. Drones

A utilização de drones no dia a dia do agronegócio já é realidade no Brasil. As máquinas cumprem funções como as de coleta de fotos e dados para análises e aplicação de insumos. Seus voos são bem mais baratos do que a contratação de uma aeronave para a pulverização, por isso o mercado vem ganhando força.

Ainda há muito espaço para crescimento, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) estima que existam 1,5 mil drones de uso agropecuário cadastrados na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Brasil; a China, em comparação, utiliza mais de 100 mil no setor.

Drones já são realidade no agronegócio brasileiro. (Fonte: Pexels/Reprodução)

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2. Softwares e apps

Já existem muitos aplicativos e softwares que facilitam a vida dos produtores rurais. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), são cerca de 300 startups de tecnologia rural em atuação no mercado brasileiro. Aplicativos que executam funções como o mapeamento de áreas, controle de maquinário, pulverizações, obtenção de dados sobre pragas e sobre o clima, estudo de solo e até sobre o acompanhamento de ações e preços já estão em uso no País.

3. Sensores

Equipamentos que detectam, armazenam e executam ações referentes às condições do solo, de chuvas, do clima e de pragas também têm transformado a rotina no campo. Os sensores podem simplesmente armazenar informações para o controle e análises posteriores ou podem agir — como no caso de regadores automáticos, que definem a quantidade de água adequada para o estado do solo.

Sensores de automatização de irrigação são cada vez mais complexos. (Fonte: Pexels/Reprodução)

4. Maquinário autônomo

Tratores elétricos já são uma realidade há algum tempo e agora o preço de mercado está se tornando competitivo. Empresas como a norte-americana Solectrac oferecem produtos com preços similares aos tratores convencionais e com baterias mais duradouras do que as que existiam até então.

Além disso, empresas norte-americanas e chinesas trabalham no desenvolvimento de robôs — máquinas similares aos tratores elétricos, mas que executam funções como colheita, remoção de ervas e pulverização de defensivos de forma autônoma. Esses robôs ainda devem demorar para estarem disponíveis no mercado, mas sua chegada deve diminuir custos e aumentar lucros nas produções.

5. 5G

A chegada do 5G também deve gerar transformações no campo. A rede de internet com maior velocidade e conexão mais segura pode fazer com que a conectividade em áreas rurais aumente em 25%, segundo estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O ministério também espera que o valor bruto da produção (VPB) agropecuária brasileira cresça pelo menos 6% com a introdução da agricultura de precisão. Para a chegada da rede 5G, as empresas de telefonia deverão aumentar a cobertura 4G, o que permitirá que as propriedades rurais possam usar com maior confiança os dados coletados por softwares, drones e apps e interligar todo o sistema de informações e tecnologias necessárias.

Fonte: Estadão Summit Agro, Cast Groupm, UDOP, Thomson Reuters, Blog Aegro.

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