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Após o relatório sobre o clima, divulgado na segunda semana de agosto, pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, líderes de todo o planeta voltaram a atenção para o assunto. A conclusão do estudo é que o aquecimento global está pior e mais rápido do que se esperava: a Terra já alcançou +1,1°C, e as consequências já começaram a aparecer, como as temperaturas extremas se alternando com velocidade, as queimadas nos Estados Unidos (EUA), na Grécia e na Turquia, os dilúvios na Alemanha e na China, bem como os termômetros chegando a 50°C no Canadá.
A única opção para ocorrer uma “freada” dessas tragédias é a redução drástica da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. O problema é que a matriz energética mundial ainda é majoritariamente de fontes não renováveis, como o petróleo e derivados e o carvão mineral. Estima-se que 86% da energia consumida no mundo ainda sejam dessas matrizes.
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No Brasil, a situação das matrizes energéticas é mais equilibrada. Por ter uma grande dependência das hidrelétricas e por ser um grande produtor de cana-de-açúcar, que gera o etanol, o Brasil utiliza consideravelmente menos fontes não renováveis.
Mesmo assim, a situação requer cuidado. Na contramão de vários países ao redor do mundo, o Brasil voltou a discutir o subsídio à indústria do carvão e o motivo disso é a crise elétrica que parece se aproximar, uma vez que, após as queimadas recordes, os níveis de chuva têm despencado.
O etanol como solução
O etanol é um velho conhecido dos brasileiros e pode ser uma resposta para as crises do setor energético, sendo ele obtido pela fermentação de açúcares e cereais. No Brasil, sua matéria-prima principal é a cana-de-açúcar, mas em outros países é obtido do milho, da beterraba, do arroz, da cevada e da batata.
O etanol polui menos do que os derivados de petróleo e é uma fonte de energia renovável. O Brasil já foi indicado pela ONU como um dos países líderes no diálogo de alto nível da transição energética. Além do etanol, outro composto que o País utiliza e pode contribuir para diminuir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) é o biodiesel. Este é um composto orgânico que utiliza a mistura de óleos vegetais, gorduras animais e óleos residuais, sendo misturado na proporção de 10% ao diesel de petróleo — com expectativa da indústria de aumentar a mistura para 12% ou 15%.
Etanol 2G
Chamado de etanol de segunda geração (2G), essa é uma variação derivada da melhoria genética da cana-de-açúcar convencional para a denominada “cana energia”. A cana energia cresce mais, podendo alcançar até seis metros e tem mais fibras, o que rende mais biomassa para o processamento do etanol.
Como afirma o relatório da ONU, nenhuma resolução para o aquecimento global surgirá sem que se reduzam as emissões de gases que causam o efeito estufa. O Brasil com sua capacidade de produção de etanol e de óleo de soja, que é um dos principais compostos de biodiesel, pode ser exemplo em um crescimento sustentável.
Fonte: Defesa, EPBR, WWF, EPE, Prosa Agro Itaú, Manual da Química.