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Carbono zero: por que a economia global precisa de uma revolução?

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O Acordo de Paris tem como principal objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para limitar o aquecimento global até o fim do século. Para tanto, 175 países concordaram com a política de carbono zero, o que significa uma transformação radical e urgente na matriz energética e na economia global.

O que é carbono zero?

O planeta precisa neutralizar as emissões de carbono para limitar os efeitos das mudanças climáticas. (Fonte: Shutterstock)

O conceito de carbono zero surgiu com o Protocolo de Kyoto, em 1997, e se refere à neutralização das emissões de GEE na atmosfera. O equilíbrio entre emissão e captura dos poluentes acontecerá quando a quantidade de carbono adicionada à atmosfera for igual à quantidade removida.

Para atingir a meta, as emissões de residências, transporte, agricultura e indústria precisarão ser cortadas. Além disso, os gases nocivos precisarão ser removidos da atmosfera. Isso pode ser alcançado tanto mudando a forma de uso da terra para absorver mais dióxido de carbono (CO2) quanto por meio de tecnologias conhecidas como captura, uso e armazenamento de carbono.

No Acordo de Paris e durante a última Conferência das Partes sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (COP-26), países estabeleceram metas voluntárias para zerar as emissões. O Brasil, por exemplo, definiu que deve reduzir pela metade os GEE lançados na atmosfera até 2030, alcançando o carbono zero em 2050.


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Transformação na economia global

Mudança da matriz energética gera oportunidades para o agronegócio. (Fonte: Shutterstock)

Investimentos de US$ 275 trilhões serão necessários para que o mundo alcance o cenário de carbono zero nas próximas três décadas, calcula a consultoria McKinsey. A transformação econômica será universal, substancial e muitas vezes antecipada, com setores, geografias, comunidades e indivíduos enfrentando exposição desigual.

A matriz energética mundial é dependente de combustíveis fósseis como petróleo, gás natural e carvão. Segundo o Centro de Estudos de Energia da Fundação Getulio Vargas (FGV Energia), essas três matérias-primas respondem por mais de 80% da energia produzida no planeta. Apesar disso, são responsáveis por todas as emissões envolvidas na geração energética.

A transição para uma sociedade de energia limpa criará oportunidades econômicas. À medida que a redução das emissões de gases de efeito estufa se tornar a norma, surgirão novas tecnologias, bens e serviços de baixo carbono, como energia eólica, baterias de alta capacidade e serviços de consultoria de baixas emissões.

Quais serão as transformações no agronegócio?

A preocupação com os GEE pode levar a uma alteração da dieta, com redução considerável do consumo de carne bovina, enquanto deve haver aumento da procura por proteínas menos emissoras de gases poluentes, como aves e alimentos plant-based.

Em todo o mundo, cerca de 34 milhões de empregos diretos, principalmente em pecuária e relacionados à alimentação, poderão ser perdidos até 2050, incluindo 19 milhões na criação de animais ruminantes. Isso poderia ser parcialmente compensado por um ganho de 12 milhões de empregos diretos, incluindo 10 milhões na avicultura.

Em outras áreas, em particular naquelas relacionadas a fontes de energia de baixas emissões, a demanda cresceria. A produção de biocombustíveis, como biodiesel e etanol, aumentaria mais de dez vezes entre 2021 e 2050, segundo estima a McKinsey. Haveria também mais oportunidades para as propriedades rurais com tecnologias que conseguissem sequestrar carbono.

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Referências: FGV Energia, Estadão, McKinsey, ONU, Governo do Brasil

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