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A empresa brasileira Impacto Energia e a norte-americana ICM Inc. divulgaram uma parceria para a construção da primeira biorrefinaria de etanol de milho com moagem a seco do Brasil. A planta, denominada greenfield, será instalada no município de Luís Eduardo Magalhães (BA).
O valor do investimento não foi divulgado, mas a usina deve ter a capacidade de moer 1,7 mil toneladas de milho por dia, produzindo cerca de 260 milhões de litros de etanol.
Como resultado, devem ser recuperadas 900 toneladas de óleo de milho anualmente. Além disso, a biorrefinaria deve recombinar componentes do farelo em 185 mil toneladas de grãos secos de destilaria com solúveis, uma opção de alimentação para ruminantes.
A biorrefinaria deve iniciar o funcionamento no primeiro semestre de 2025. A parceria entre as empresas foi fundamental para a consolidação do projeto: as tecnologias empregadas na planta serão da ICM Base Tricanter System, e a gestão ficará a cargo da Impacto Bioenergia, produtora de biocombustíveis e de bioquímicos.
A Impacto Bioenergia já tem experiência na produção de etanol por meio de biocombustíveis e controla a usina Seresta, em Teotônio Vilela (AL), que produz o combustível a partir da cana-de-açúcar.
A biorrefinaria de milho tem a vantagem de ser abastecida por um grão que tem duas safras por ano no País, sendo mais produtiva do que as refinarias de cana-de-açúcar, que só operam, em média, oito meses por ano.
A Cooperativa de Produtores Rurais (Cooperfarms), de Luiz Eduardo Magalhães, anunciou que participará do empreendimento, sendo um dos fornecedores de matéria-prima para a usina.
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O que são e como funcionam as biorrefinarias?
“Biorrefinaria” é um termo e um conceito recente que ainda está em disputa e em expansão. Basicamente, são chamadas assim todas as instalações que realizam processos de conversão de biomassas em biocombustíveis, insumos químicos, rações, alimentos e outros tipos de energia.
Uma biorrefinaria tem como objetivo otimizar o uso de recursos e maximizar os lucros minimizando os efluentes e o impacto ambiental na geração de energia, bem como de outros produtos.
A maioria dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento tem a recomendação de implantação de mais dessas usinas. Afinal, por meio delas, é possível criar uma cadeia produtiva que gere produtos finais similares aos dos derivados de petróleo, com a vantagem de usar uma matéria-prima renovável e ter um maior aproveitamento do produto-base durante o processo produtivo.
As biorrefinarias utilizam diversas técnicas para funcionarem, aplicando as mais adequadas conforme a matéria-prima utilizada e o produto final desejado. Podem ser utilizados processos químicos, bioquímicos, termoquímicos, calor e energia para alcançar as saídas.
Para otimizar o uso da biomassa, as refinarias verdes prezam pela utilização de sistemas integrados e acompanham com responsabilidade a matéria-prima, as tecnologias empregadas, os produtos, bem como os resíduos gerados.
Com isso, busca-se a aplicação de parâmetros técnicos que considerem o ciclo de vida das matérias-primas, o balanço de massas e energias, o desenvolvimento socioeconômico de toda a região impactada pela produção, a geração, o consumo e a distribuição de produtos, assim como a busca da redução de emissão de gases geradores de efeito estufa em todo o processo.
No Brasil, já existem vários exemplos de biorrefinarias em pleno funcionamento, principalmente as usinas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar, e as fábricas de óleo, biodiesel, rações e outros derivados por meio da soja.
Fonte: Biorrefinarias, Abramilho, Epbr