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Gripe aviária pode impulsionar exportações brasileiras

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O banco holandês Rabobank divulgou um novo relatório com estimativas para o agronegócio brasileiro. Segundo a instituição, a gripe aviária, que afetou diversos países no hemisfério norte em 2022, vai desempenhar um papel importante nas exportações brasileiras de frango.

Previsão de crescimento nas exportações

A previsão do Rabobank é de que as exportações nacionais do segmento cresçam de 4% a 5% no primeiro trimestre do ano. Mesmo com a queda na demanda chinesa, que cortou 18% das importações brasileiras em 2022, o País deve encontrar novos mercados.

Entre os principais novos destinos da carne de frango brasileira estão outros países da Ásia e a Europa, que está vivendo surtos da doença. O Oriente Médio também tem aberto as portas para as carnes brasileiras, com vários frigoríficos brasileiros já tendo conquistado a Certificação Halal.

Em 2022, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil produziu 14,5 milhões de toneladas de carne de frango. Isso representa aumento de 1,5% em relação à produção de 2021. Desse total, 4,85 milhões de toneladas são exportadas para cerca de 150 países.

Criações em gaiola aumentam o risco de contaminação por H5N1. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Surtos de gripe aviária

O novo surto mundial de gripe aviária (H5N1) começou em outubro de 2021 e não diminuiu, como é costume, com a chegada do verão no hemisfério norte. Pelo contrário, cada vez mais locais começaram a divulgar a chegada de focos da gripe. Estima-se que já sejam 70 países afetados e mais de 140 milhões de aves sacrificadas para fins sanitários.

Um dos principais problemas são as aves silvestres contaminadas, que nos fluxos migratórios entram em contato com aves de criação. Muitos países, como os Estados Unidos, têm várias criações livres de gaiola, diferentes das granjas fechadas, o que aumenta o risco de contato com fezes e saliva contaminadas. Nos EUA, mais de 40 milhões de galinhas poedeiras já foram sacrificadas, o que disparou o preço do ovo, alcançando US$ 5,36 a dúzia.

Riscos para produção e preços

Apesar das boas expectativas para o ano, existe o risco de a gripe aviária chegar ao Brasil. Recentemente, focos foram encontrados na Venezuela, na Colômbia, no Chile e no Equador, onde 50 mil galinhas poedeiras morreram em 48 horas.

O perigo, porém, não é imediato. A maioria das granjas brasileiras é fechada e está se precavendo contra a doença. Além disso, a Cordilheira dos Andes e a Amazônia agem como barreiras naturais contra o avanço das aves silvestres contaminadas de outros países em direção ao Brasil continental. Se o País conseguir ficar livre da gripe aviária, 2023 promete ser um bom ano para os produtores de carne de frango.

O preço da proteína deve ficar estável, apesar do crescimento da demanda internacional, porque os custos operacionais devem permanecer em alta e irregulares ao longo do ano. A persistência do conflito no Leste Europeu continua empurrando para cima o valor de alguns grãos, principalmente da soja e do milho. Assim, as rações não devem ter redução de preço tão cedo. O cenário é o mesmo para a energia e os combustíveis, além do risco de novas disrupções nas cadeias fornecedoras.

Gripe fez o preço dos ovos disparar nos EUA. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

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O que é a gripe aviária?

A doença é causada por uma variação do vírus influenza; o surto atual é o H5N1. A doença é fatal para aves e, apesar de rara, pode infectar humanos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pessoas a gripe aviária pode causar sintomas de gripe leve até dificuldade para respirar e morte; em 19 anos, foram registradas 456 mortes. É importante ressaltar que o cozimento da carne de frango e dos ovos é suficiente para matar o vírus.

Nas aves, a doença é transmitida principalmente pelo contato com excreções e secreções de animais infectados. As partículas do vírus podem ficar, também, na ração e na água, por isso é importante evitar o contato dos animais com aves silvestres.

Os principais sintomas da H5N1 nos animais são:

A doença não tem cura, então a única solução é o sacrifício do animal para evitar que contamine outros. Para parar a disseminação da doença, é fundamental manter todos os protocolos de higiene em dia e controlar até as roupas de quem tem acesso às aves.

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Fonte: SBA1, Avisite, Notícias Agrícolas, Summit Agro Estadão

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