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Tendência de alta da soja segue forte por mais 1 mês

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O preço da soja quase dobrou entre janeiro e outubro de 2020, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), registrando valores recordes. A tendência de alta do grão segue forte, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

No Brasil, a elevação média em setembro ficou em 10%, mas, em algumas praças, o valor do grão cresceu ainda mais. Em Sorriso (MT), a saca do produto chegou a ser comercializada a R$ 149,2 na primeira sexta-feira de outubro, o que representa uma alta de 18,6% no último mês, de acordo com o relatório Agro Mensal, do Itaú BBA.

No mercado internacional, as cotações da soja voltaram a subir fortemente em setembro e no início de outubro. O contrato de primeiro vencimento foi negociado em 02/20 a US$ 10,2/bu, uma alta de 6,8% quando comparado ao primeiro dia de setembro. Para contratos vencidos em Maio/21, a elevação foi de 6% no mesmo período, refletindo a negociação de parte da safra brasileira.

Razões para a alta do preço da soja

Apesar de ser o maior produtor mundial de soja, Brasil aumentou o volume de importações por baixa disponibilidade no mercado nacional. (Fonte: Shutterstock)

A desvalorização cambial e a baixa disponibilidade de soja no Brasil são as grandes razões responsáveis pela alta do grão, de acordo com o Itaú BBA. Isso tem-se refletido também no aumento das importações do grão. De janeiro até setembro, o Brasil importou 528 mil toneladas do produto, um volume 326% maior que o ano passado.

As quedas de produtividade nos Estados Unidos e as contratações crescentes de exportações de soja norte-americana também contribuíram para o aumento do valor. 

Ainda segundo o Itaú BBA, outro fator adicional para a manutenção da alta do produto é o desenvolvimento da safra na América do Sul, em um provável ambiente de La Niña. Isso pode abrir espaço para novas altas na bolsa de Chicago com o nervosismo do mercado caso haja piora climática na região.

Plantio no Brasil

Estiagem deve atrasar o plantio no Brasil e pode prejudicar lavouras na América do Sul. (Fonte: Shutterstock)

Até o início de outubro, o plantio no Brasil continuava atrasado devido à falta de chuvas na grande maioria dos cinturões de produção. As precipitações suficientes para iniciar a lavoura podem demorar até novembro em algumas regiões.

Dessa forma, a disputa pelo pouco grão disponível para ser comercializado deve aumentar. Assim, de acordo com relatório Agro Mensal, os preços devem continuar elevados no curto prazo face à redução da disponibilidade da soja no mercado doméstico.

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Fonte: Agro Mensal Itaú BBA.

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