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A demanda internacional aquecida e a retomada da economia deve garantir preços atraentes para o agronegócio em 2022, avalia o Rabobank no relatório Perspectivas para o agronegócio brasileiro, divulgado nesta quarta-feira (10).
Contudo, a situação macroeconômica, especialmente decorrente da política fiscal do governo e da taxa cambial, merece uma atenção especial do produtor agropecuário. Além disso, o setor ainda deve sentir os efeitos da seca, da geada e dos incêndios nas lavouras e registrar uma queda de produtividade no próximo ano.
Confira as projeções para os principais produtos agrícolas brasileiros.
Soja
Por um lado, a soja tem previsão de recorde de colheita na safra 21/22 no Brasil e alcançará um resultado expressivo nos Estados Unidos. Mas por outro, a China poderá ter retração de consumo do grão diante das margens fracas de esmagamento, da incerteza em relação à peste suína africana e uma queda de demanda por farelo de soja por conta das restrições causadas pela covid-19.
O ritmo mais lento de expansão do mercado internacional, associado ao aumento da oferta dos principais produtores, deve pressionar as cotações para um recuo em 2022. No entanto, a variação cambial desfavorável ao real deverá garantir boas margens para a exportação do grão.
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Milho
O déficit do estoque chinês de milho continuará em 2022, e o gigante asiático ainda substituirá o cereal por trigo, arroz e cevada, limitando a importação. Ainda assim, a China deve comprar 26 milhões de toneladas do grão, principalmente dos Estados Unidos.
A área da safra brasileira deve crescer 5%, atingindo 20,8 milhões de hectares plantados, avalia o Rabobank, e a produção deve sair de 87 milhões de toneladas em 20/21 para 116 milhões de toneladas na próxima safra. Com isso, o volume exportado deve alcançar 37 milhões de toneladas em 2022, 20 milhões de toneladas a mais que em 2021.
Carne de boi
As exportações de carne bovina brasileira caíram quase 50% em outubro, em decorrência da suspensão de compras pela China. Enquanto isso, os chineses estão abastecendo o mercado local com carne suína, mas a tendência até 2025 é de crescimento no consumo da carne do boi pelos chineses.
A pecuária do Brasil atendeu a todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e os casos de “vaca louca” foram atípicos. Entre janeiro e setembro, o preço da proteína brasileira vendida à China subiu 29%. Portanto, o relatório aponta que os chineses estão utilizando o embargo como uma forma de pressionar a queda de preços do produto.
Cana-de-açúcar
A seca e as geadas atingiram o desenvolvimento das lavouras de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil. Com isso, a safra atual terá um volume reduzido, com no máximo 550 milhões de toneladas, resultado 9% inferior à temporada anterior, quando foram produzidas 605 milhões de toneladas.
A oferta limitada provocará mais um ano de alta de preços para o açúcar e o etanol. Isso garantirá boas margens para a indústria da cana na próxima safra, iniciada em abril de 2022, apesar do aumento de custos de produção.
Fonte: Agrolink.