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O banco holandês Rabobank publicou o estudo “Perspectivas para o Agronegócio (brasileiro) em 2023”, em que projetou mudanças no mercado agropecuário. Segundo as estimativas, o preço médio do boi gordo deve cair no próximo ano e, com isso, o consumo interno deve aumentar, depois de ter chegado ao menor patamar em uma década.
A queda do preço dos bezerros, o aumento de abates das fêmeas e a recuperação dos estoques de boi magro e de boi gordo devem aumentar a produção de carne bovina no País. O Rabobank estima que a produção terá um aumento de 2% em relação ao ano passado e atingirá o patamar de 10,5 milhões de toneladas.
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O aumento de produção deve ter duas consequências principais: a queda do preço para o consumidor interno e a recuperação de frigoríficos de pequeno e médio porte. Os frigoríficos que não exportam e que aguentaram a crise dos últimos anos, quando o preço da carne disparou, devem ser beneficiados no próximo momento.
Com a queda dos preços, o Rabobank projeta um maior consumo da carne vermelha no País. O Brasil tem como tradição a preferência pela proteína bovina em relação a outras que cresceram como alternativas nos últimos anos, como as carnes de porco e de frango. A estimativa é que o consumo por habitante por ano cresça 1,5%, indo de 27,7 quilos por habitante ao ano para 28,2 quilos.
Outro dado que colabora para a tendência de queda de preço é o aumento do rebanho bovino brasileiro. Em 2021, o plantel cresceu 3,1% e chegou ao maior número efetivo da série histórica. Além disso, aumentou o movimento de retenção de fêmeas que, somado à safra recorde de grãos, resulta num aumento da oferta de animais terminados a pasto e nos cochos dos confinamentos.
Estimativa para frangos e suínos
O Rabobank também estimou um crescimento na produção de carne de frango e carne suína. A produção das aves deve ser 1,5% superior em relação a 2022, e a produção suína 1% superior. A análise levou em conta a estimativa da safra recorde de milho, principal ingrediente na ração animal, e o aumento da demanda externa dessas carnes.
O consumo nacional de carne suína deve crescer 0,5% e o da carne de frango deve cair 1,5%, principalmente pela substituição pela carne bovina.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também divulgou relatório favorável à produção de carne brasileira em 2023. O órgão americano estimou um aumento de 4% nas exportações de frango (que devem chegar a 4,8 milhões de toneladas), 1% na de carne bovina (2,975 milhões de toneladas) e de aproximadamente 3% na de carne suína (1,335 milhão de toneladas).
Com esses números, o Brasil deve ser o quarto maior exportador de carnes em 2023, sendo responsável por 25% das exportações de proteína animal do mundo. A demanda pela carne brasileira deve aumentar, também, devido ao problema na produção dos competidores. Europa e Estados Unidos sofreram com surtos de gripe aviária e a guerra contra a Ucrânia, e o aumento do preço da energia na Europa diminuiu o excedente de exportações.
O Brasil deve continuar se beneficiando com o crescimento da parceria das exportações de proteína para o Oriente Médio, a demanda de produtos Halal deve continuar crescendo. A China continuará sendo o maior importador de proteínas animais do Brasil, porém, a demanda será menor do que nos últimos anos. Isso ocorre, principalmente, devido a recuperação dos rebanhos suínos do país que, nos últimos anos, sofreram com a Peste Suína Africana (PSA).
Fonte: Beef Point, SBA1, Sociedade Nacional de Agricultura, avisite, Acrissul