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É conceito geral na agricultura que o solo é um dos bens mais preciosos, já que sem ele a produção em grande escala fica quase impossível, tornando a segurança alimentar um fator preocupante. Assim, promover a sustentação dos sistemas agrícolas e naturais por meio de técnicas de conservação é de suma importância para que o solo e a água continuem ocupando espaço como elementos naturais no ciclo de produção.
O impacto da erosão e a conservação do solo
O arcabouço do solo contém partículas sólidas e espaços preenchidos em maior ou menor proporção por ar ou água. À medida que essa estrutura vai sendo perdida devido ao efeito do impacto das gotas de chuva, o solo entra em processo de degradação e tem reduzida a capacidade de fornecer nutrientes importantes para as plantas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), as lavouras do Brasil perdem cerca de 500 milhões de toneladas de solo por ano, arrastando mais de 8 milhões de toneladas de nitrogênio, fósforo e potássio. Todo esse desperdício precisa ser reposto pelos produtores ao produzir alimentos, o que os torna mais caros para o consumidor.
Nesse sentido, a agricultura precisa de técnicas que promovam o uso sustentável do solo, a fim de evitar que chuvas, ventos fortes, práticas agrícolas inadequadas, seca e excesso de insumos contribuam para a erosão.
As melhores técnicas de conservação do solo
Na natureza intocada não existe erosão, pois o próprio sistema se protege ao evitar áreas de solo descobertas. Nos sistemas agrícolas, o uso de técnicas de conservação contribui para o mesmo objetivo: manter o solo coberto. Conheça algumas delas:
- Preservação da vegetação nativa — o Brasil é um dos poucos países que produzem enquanto preservam. Toda área de produção deve, por lei, manter uma porção de cobertura vegetal proporcional ao tamanho estabelecido; isso é importante para estabilizar encostas e aumentar a infiltração de água no solo, evitando processos erosivos e contribuindo com o ciclo hidrológico nas bacias hidrográficas.
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- Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) — esse sistema de cultivo integra em uma mesma área a produção de carnes, grãos, fibras, madeira, leite e energia. Além de conservar o solo, diversifica as culturas e o bem-estar animal, sendo um dos sistemas estimulados pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+) para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
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- Sistema plantio direto — tem como base o cultivo com mínimo de revolvimento do solo, uso de rotação de culturas e cobertura permanente, sendo atualmente uma das melhores formas de conservação. Esses princípios objetivam aumentar a biodiversidade do solo e o teor de matéria orgânica, ou seja, a disponibilidade de nutrientes para as culturas.
Essas são algumas das melhores técnicas de conservação do solo. Outras, como o uso de controle biológico e sementes biotecnológicas, como as que utilizam Bacillus thuringiensis (Bt), proporcionam um efeito indireto na conservação, pois ajudam a diminuir a entrada de maquinário pesado nas áreas, evitando a compactação do solo, por exemplo.
Lembre-se: a proteção do solo é a proteção do clima. Quem faz a manutenção dos processos hidrológicos trabalha para a manutenção da vida.
Fonte: Embrapa, Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, Boas Práticas Agronômicas.