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Por que o preço da gasolina sobe tanto?

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O preço da gasolina tem aumentado frequentemente, o que preocupa a população em geral e os economistas. Isso porque o custo dos combustíveis é apontado pelo Banco Central do Brasil como um dos principais responsáveis pelo crescimento da inflação, já que interfere no preço final de qualquer mercadoria.

O valor do combustível é definido por diversos fatores. Segundo a Petrobras, os custos de refino da companhia são responsáveis por 34% do valor final da gasolina. Já a adição de etanol tem uma participação de 17,1% no preço do combustível.

Os impostos federais, como CIDE, PIS/Pasep e Cofins, respondem por 11,5% do valor, enquanto o ICMS, um tributo estadual, por 27,6%. Por fim, os custos com distribuição e revenda compõem 9,8% do preço pago pelo consumidor.

A política de preço da Petrobras

Os reajustes promovidos pela Petrobras nas refinarias têm um efeito cascata sobre o preço da gasolina. (Fonte: Petrobras/Reprodução)

A Petrobras detém 98% do refino de petróleo no Brasil, o que configura, na prática, um monopólio sobre esse mercado. Em 2016, a companhia mudou a sua política de formação de preços, com o objetivo de acompanhar a cotação internacional do petróleo — ainda que o custo de sua produção seja bem menor, por conta da remuneração de seus acionistas. 

Com isso, os reajustes nos combustíveis derivados de petróleo, como diesel e gasolina, passaram a ser diários. A repentina escalada de preços foi um dos motivos da greve dos caminhoneiros. Para tentar segurar os aumentos, a direção da Petrobras resolveu mudar a política em 2019.

Os reajustes deixaram de ter uma periodicidade definida, mas continuaram baseados nas “condições de mercado e da análise do ambiente externo, possibilitando a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”, segundo a empresa. Essa alteração, entretanto, não conseguiu conter a alta dos combustíveis.

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Preço internacional do petróleo

Petrobras reajusta preço do combustível nas refinarias a partir de preços internacionais de petróleo, apesar de produção nacional ser mais barata. (Fonte: Shutterstock/PARALAXIS/Reprodução)

O preço do barril de petróleo no mercado internacional, por sua vez, é definido por uma relação entre a demanda e a oferta. O consumo de combustíveis fósseis, geralmente, é impulsionado pelo ritmo de crescimento da economia global.

A produção diária de barris, no entanto, sofre uma forte influência da decisão dos 13 países que compõem a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que detêm quase 80% de todas as reservas de petróleo do mundo.

Variação cambial

Os valores do barril do petróleo no mercado internacional são cotados em dólar, mas os preços cobrados nas bombas de combustível estão em real. Dessa forma, a valorização da moeda norte-americana pressiona o valor da gasolina no Brasil.

Influência dos impostos

O reajuste da Petrobras provoca um efeito em cascata. Com o aumento da gasolina na refinaria, cresce também a arrecadação de impostos federais e estaduais, mesmo que não haja um aumento da alíquota. Isso porque os tributos são cobrados a partir de um percentual fixo sobre o valor de refino.

Relação com o etanol

O valor da gasolina também sofre um efeito de retroalimentação relacionado ao etanol. Com o reajuste promovido pela Petrobras na refinaria e seus efeitos sobre o mercado, o álcool também acaba se valorizando por conta da paridade entre os dois combustíveis. A alta do etanol, por sua vez, em decorrência da sua adição no combustível fóssil, aumenta ainda mais o preço da gasolina nas bombas.

Fonte: Petrobras.

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