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Em três meses, o preço do arroz pago ao produtor subiu mais de 50%, gerando um impacto direto no consumidor final. Em julho, a média mensal da saca de 50 kg era R$ 64,50, e o valor chegou a ser cotado a R$ 103,50 na primeira quinzena de setembro. Ainda não há sinais de que o preço deva ter um recuo em um curto prazo.
A forte alta gerou preocupação com a possibilidade de falta de abastecimento do grão no mercado e, ainda, com a dificuldade de compra dos brasileiros por conta do valor alto do produto. O Brasil chegou a importar 400 mil toneladas de arroz com isenção da Taxa de Externa Comum (TEC), mas a medida não produziu uma baixa no preço do grão.
O mercado tenta encontrar uma explicação para a variação do preço, na procura de uma resolução para a questão. Não há apenas um elemento que explique a situação, tampouco ligações diretas que podem ajudar a entender a alta. Na verdade, uma série de fatores contribuíram para a escalada.
Consumo global
Nos últimos anos, a redução de consumo que provocou menores preços do arroz, e os maiores valores pagos pela soja e milho provocaram uma diminuição das áreas de cultivo da rizicultura no país.
Entretanto, por conta da pandemia, o consumo fora de casa foi direcionado aos lares de forma global, inclusive no Brasil, gerando um aumento repentino do consumo de alimentos básicos, que repercutiu nos preços desses produtos.
Ao mesmo tempo, a Tailândia, importante produtor arrozeiro, teve uma safra frustrada, pressionando ainda mais a oferta do grão no planeta. A desvalorização do real em relação ao dólar deixou as exportações mais atrativas, reduzindo ainda mais os estoques brasileiros do produto.
Safra e estoques
A safra 2019/20 cresceu 6,7%, para 11,2 milhões de toneladas, enquanto o consumo aumentou 5,1%, alcançando 10,8 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ainda que o crescimento do consumo seja menor que o de produção, a demanda do grão voltou ao maior nível dos últimos quatro anos.
A Conab estima que os estoques do produto deverão chegar em fevereiro a 537 mil toneladas, o equivalente a 5% do consumo nacional. A proporção entre o estoque e o consumo não é diferente dos anos anteriores, o que ajuda a explicar o crescimento do preço.
A Diretoria de Agronegócio do Itaú BBAO estima que o pouco arroz disponível ainda está na mão de produtores. Alguns mais capitalizados optaram por esperar a alta do mercado, em uma situação semelhante à que aconteceu com o milho. Sendo assim, a expectativa é de que o preço do produto permaneça em alta em médio prazo.
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Fonte: Diretoria de Agronegócio – Itaú BBA, Canal Rural, Notícias Agrícolas.