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A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (12), que o preço da gasolina nas refinarias foi reajustado em 3,34%, com o valor médio vendido às distribuidoras passando de R$ 2,69 para R$ 2,78 o litro. Ainda que não tenha um impacto direto no preço final, as distribuidoras e postos costumam repassar a alta ao consumidor. Em 2021, o combustível já aumentou nove vezes e acumula alta de 51%.
Desta vez, a estatal não aumentou o valor cobrado pelo diesel, que teve o último reajuste em julho, quando subiu em média R$ 0,10 nas refinarias. O produto acumula uma elevação de 40% no ano. O governo brasileiro tem demonstrado preocupação com uma possível greve de caminhoneiros e se esforça para não repassar a valorização do petróleo ao diesel. Inclusive, estuda uma proposta de redução de carga tributária deste combustível.
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Alta dos alimentos
Apesar de não estar relacionado diretamente ao transporte de produtos da cadeia de agronegócio, como é o caso do diesel, os aumentos da gasolina também podem ter uma relação com uma alta dos preços dos alimentos. Isso porque o preço do combustível sobe quando ocorre uma valorização no mercado internacional do petróleo, matéria-prima utilizada para a produção de ureia, uma das substâncias mais usadas em fertilizantes agrícolas.
Além disso, há os movimentos do mercado financeiro, pois as commodities agrícolas e petróleo são ativos comercializados em bolsa e estão sujeitos a atitudes especulativas do mercado. Cenários de alta dos preços do petróleo são associados à inflação em nível mundial, o que tende a induzir a demanda de ativos ligados às commodities agrícolas, e por consequência, inflar seus preços.
A alta do petróleo afeta também o preço das commodities agrícolas pela maior demanda por biocombustíveis. Com o aumento do valor cobrado pela gasolina, cresce a procura pelo etanol, pressionando a cotação dos produtos utilizados para a sua fabricação, como a cana-de-açúcar e o milho.
Pressão extra da safra americana
A previsão para a safra de milho dos Estados Unidos, o maior produtor mundial do grão, foi reduzida em 2,7%, de acordo com o governo norte-americano. Além disso, a colheita de soja deve cair em 1,5% por conta dos solos secos nas principais áreas de cultivo do oeste. A estiagem também prejudicou a produção de trigo dos EUA, que deve ser a menor nos últimos 19 anos.
A produção abaixo do esperado aumenta as preocupações com a oferta restrita das safras globais e a inflação de alimentos. Com isso, os preços da ração animal, óleos vegetais usados para cozinhar e combustível, bem como pão e massas devem ser pressionados para cima.
Fonte: Agência Brasil, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Reuters.