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A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,16% em setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação foi a mais alta para um mês de setembro desde 1994, ano em que o Plano Real foi lançado e foi registrado um índice de 1,53%.
O IPCA acumula uma alta de 10,25% nos últimos 12 meses, acima dos 9,68% observados no mesmo período anterior. Pela primeira vez desde fevereiro de 2016, a inflação acumulada em 12 meses registra uma marca de dois dígitos. Ainda assim, o acumulado ficou um pouco abaixo da expectativa do mercado, que era de 10,33%.
Em 2021, o índice teve alta de 6,9%. A aceleração da taxa inflacionária está relacionada a fatores como valorização do dólar, crise hídrica e custos de insumos. Isso tudo fez o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa Selic para 6,25% ao ano em sua última reunião. A pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, aponta que o mercado espera uma inflação de 8,3% para o ano.
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Efeitos da inflação para os alimentos
Inflação de energia e combustíveis
O principal vilão para a inflação em setembro foi a energia elétrica. O produto teve uma alta de 6,47% no mês devido ao início da bandeira tarifária “escassez hídrica”, criada para arcar com os custos do acionamento de usinas térmicas e da importação de energia. O valor extra tem previsão de aplicação até abril de 2022.
A partir de setembro, a taxa extra paga pelos consumidores passou de R$ 9,492 para cada 100 kWh, praticada pela bandeira vermelha 2, para R$ 14,20 por 100 kWh consumidos com a tarifa recém-implantada, uma alta de 49,63% na comparação entre as duas bandeiras.
Os combustíveis também pesaram mais no bolso dos brasileiros. O preço do botijão de gás avançou 3,91% em setembro e registrou a 16a alta consecutiva. No acumulado de 12 meses, o custo com o produto teve um crescimento de 34,67%.
O grupo de transportes teve uma inflação de 1,82% no mês, impulsionados pelo aumento de 2,43% dos combustíveis. A gasolina teve alta de 2,32% no período e o etanol, 3,79%. Enquanto isso, o gás veicular subiu 0,68% e o óleo diesel 0,67%.
Desaceleração dos alimentos
Enquanto isso, o grupo alimentos e bebidas teve uma variação menor em setembro. A inflação dos produtos para alimentação no domicílio desaceleram de 1,63% de agosto para 1,19% em setembro.
Os principais recuos foram registrados nos preços da cebola (-6,43%), do pão francês (-2%) e do arroz (-0,97%). O preço das carnes retraiu -0,21% depois de 7 meses consecutivos de alta e acumula variação de 24,84% nos últimos 12 meses.
Ainda assim, diversos alimentos apresentam uma forte alta de preços durante setembro. O preço das frutas subiu 5,39%, do café moído teve inflação de 5,5%, do frango inteiro aumentou 4,5% e do frango em pedaços 4,42%. Houve avanço também nos preços da batata-doce (20,02%), da batata-inglesa (6,33%) e do tomate (5,59%).
Fonte: Agência de Notícias IBGE.