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Um projeto coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende mapear, minuciosamente, 97% do solo nacional. A iniciativa deverá ser um instrumento facilitador da gestão desse recurso no agronegócio.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil tem apenas 5% de sua área com mapeamento do solo em escalas adequadas, o que dificulta ações direcionadas à sustentabilidade.
O Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos no Brasil (PronaSolos) pretende mapear e analisar 1,3 milhão de quilômetros quadrados do País nos próximos 10 anos, cerca de 15% de todo o território nacional, e mais 6,9 milhões de km² até 2048. Para tanto, o programa prevê a realização de parcerias no modelo público-privado.
O Brasil utiliza 7,3% do território nacional para a agricultura. No entanto, o País tem potencial para ocupar até 17,9%, sem precisar desmatar para ocupar novos espaços. O agronegócio pode aumentar a sua produção apenas recuperando as áreas degradadas ou intensificando o cultivo das lavouras já implantadas.
Mapeamento do solo nacional
O mapeamento permitirá planejar o melhor uso das terras nas propriedades rurais. A gestão do solo possibilita um manejo mais adequado das lavouras, por exemplo com o uso otimizado de fertilizantes e o estabelecimento de práticas que reduzem a erosão, contribuindo para a sustentabilidade no agronegócio.
Além disso, o PronaSolos permitirá criar mecanismos mais precisos para avaliação das terras e apoiar a concessão de crédito agrícola, reduzindo riscos para agricultores e financiadores. Além disso, ajudará na expansão urbana, reduzindo a sedimentação dos rios, as enchentes e os desastres naturais.
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Desde dezembro, o projeto oferece um sistema de informações geográficas com mapas e dados produzidos nos últimos 60 anos por diversas instituições. Esse vasto acervo dos solos brasileiros inclui mapeamentos inéditos, como os nacionais de suscetibilidade e vulnerabilidade dos solos brasileiros à erosão hídrica.
Os mapeamentos podem subsidiar a seleção de áreas para ações de conservação e recuperação, tanto pelo poder público quanto pelo poder privado. Assim, os próximos mapas a serem lançados tratarão da condutividade elétrica do solo e do estoque de carbono. As informações serão importantes para os setores de telecomunicações e de transmissão de energia, as finanças verdes e as boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Por que fazer a gestão do solo?
Para garantir a qualidade das áreas agricultáveis, a Embrapa recomenda utilizar a rotação de culturas, o uso de cobertura permanente e de plantas com raízes profundas.
O agricultor deve ser orientado por um engenheiro-agrônomo para aplicar técnicas no plantio, como aração, adubação, irrigação e drenagem. O profissional garantirá que sejam respeitadas as características do terreno e as da espécie que será plantada.
Quando o conjunto de práticas agrícolas são mal aplicadas podem desenvolver um solo suscetível à erosão, à desnutrição e até ao processo de desertificação. Além disso, o abuso na aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas pode tornar as terras inférteis para o cultivo, o que dificulta o financiamento desses locais para a agricultura. Afinal, para conseguir crédito agrícola e seguro safra, o agricultor deve apresentar a análise do solo, e esse documento possibilita a avaliação dos riscos do negócio.
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