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O Brasil é o segundo maior produtor mundial de fumo para cigarros — com 686 mil toneladas colhidas na safra de 2018/2019 (perdendo apenas para a China). Segundo os dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), 96,8% da produção de fumo vêm do Sul do país, que também é responsável por 10% de toda a produção mundial de tabaco.
A fumicultura é uma prática que sustenta cerca de 160 mil famílias brasileiras e gera cifras próximas dos R$ 6 bilhões por ano para os cofres nacionais. A cada temporada, todo produtor espera extrair o máximo de produtividade de suas terras e fornecer um produto de alta qualidade para o mercado, o que tem moldado algumas transformações no setor.
Investimentos na qualidade do solo
Recentemente, um novo estudo realizado no município de Vidal Ramos, em Santa Catarina, encontrou uma solução diferente para elevar a produtividade das lavouras: o uso de fertilizantes minerais.
De acordo com os pesquisadores, muitas áreas de plantio focam em macronutrientes do tabaco, como o nitrogênio e o potássio, mas se esquecem da importância do cálcio e do enxofre.
A aplicação de fertilizantes minerais à base desses dois elementos, em sua forma líquida (sulfato), em plantios de Santa Catarina e do Paraná resultou em um crescimento significativo da produtividade das plantas e também em sua qualidade.
Enquanto as lavouras sem qualquer mudança na adubação tiveram média de 2.366 kg/ha, as áreas que receberam aplicação de 200 kg/ha de sulfato de cálcio granulado observaram uma produtividade média de 2.771 kg/ha — 17% a mais de rendimento por hectare.
Benefícios da adubação química para o fumo
A equipe de pesquisa pode observar que, durante o processo de adubação com sulfato de cálcio, as culturas de fumo absorvem em média 135 kg/ha de cálcio e 24 kg/ha de enxofre. A adubação química logo demonstra resultados, e as plantas aparentam crescer mais vigorosas e saudáveis.
O sistema radicular, que é responsável por garantir o suprimento de água e nutrientes às plantas, também se fortalece e consegue procurar recursos em camadas mais profundas do solo, o que facilita para o fumo ganhar mais peso durante o seu crescimento.
Outro ponto importante a se destacar são as propriedades repelentes de cloro encontradas no material químico utilizado para adubar as lavouras no Sul do Brasil. Em culturas sensíveis ao cloro, como é o caso do fumo, uma concentração maior que 1% da substância nas folhas pode gerar um produto de baixa qualidade e subdesenvolvido.
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Fonte: Notícias Agrícolas, Afubra e INCA.