De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, sendo que cerca de 85% são importados. Essa relação de alta dependência do mercado internacional faz com o que os produtores brasileiros estejam sempre à mercê das taxas cambiais e da disponibilidade da oferta, dificultando a negociação dos preços.
Com a alta do dólar batendo recorde nos últimos meses, por exemplo, os fertilizantes estão mais caros, elevando os custos de produção da maioria das lavouras brasileiras. Isso porque, apesar do clima do país favorecer o cultivo da maioria das culturas, a deficiência natural dos solos faz com que a correção e adubação seja essencial para uma boa produtividade.
Como alternativa para driblar o aumento no preço dos insumos, os fertilizantes sustentáveis demonstram ser soluções eficientes e mais econômicas.
Alta do dólar e impacto no preço dos fertilizantes
A alta do dólar pode beneficiar os produtores brasileiros que encontram na exportação de commodities valores de venda bem acima do comum no mercado. Por outro lado, a valorização da moeda norte-americana pode doer no bolso de quem precisa importar matéria-prima ou insumos essenciais para o desenvolvimento da lavoura. De acordo com dados levantados pela Scot Consultoria, o preço dos adubos nitrogenados subiram em média 3,2% em março em comparação aos dois meses anteriores.
Além disso, a ureia agrícola teve uma alta de 6,5%, em São Paulo, em relação ao início do ano. Fosfatados e cloreto de potássio foram os insumos que sofreram menor impacto no estado, apresentando um aumento de 0,5% e 0,1%, respectivamente.
As expectativas para as safras 2020-2021 são de crescimento no consumo e na necessidade de insumos agrícolas em geral. Por isso, encontrar alternativas econômicas e sustentáveis que garantam a produtividade é a melhor solução para aliviar os efeitos das inconsistências do mercado na margem de lucro para o produtor rural.
Alternativas sustentáveis e econômicas para fertilizar o solo
Além de reduzir gastos, os fertilizantes sustentáveis também visam preservar a renovação e o bom aproveitamento dos nutrientes pelo solo, fortalecendo as plantas ao longo de todo o ciclo produtivo e beneficiando as safras futuras.
Fixadores de nitrogênio
Uma das opções para adubar o solo de maneira natural e sustentável é por meio do uso de forrações que promovam a fixação dos nutrientes nas plantas. Como exemplo, podemos destacar a cultivar desenvolvida por pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que ajuda a fixar nitrogênio no solo.
Como características principais, a forrageira URS BRS Mesclador apresenta consistência na produtividade ao longo do ano e maior resistência às condições ambientais brasileiras. Com a alta capacidade de fixação de nitrogênio, o uso da cultivar no campo é uma ótima alternativa aos fertilizantes químicos dessa categoria.
Fertilizantes orgânicos
Podendo ser aplicado em largas escalas, os fertilizantes orgânicos ou biofertilizantes também podem substituir os produtos químicos que estão sendo afetados pela alta do dólar. Em geral, esses compostos são feitos com resíduos de origem animal, vegetal, urbano ou até mesmo industrial.
Apesar da alta eficiência nutricional dos adubos orgânicos, é importante ressaltar que a liberação dos nutrientes no solo é mais lenta do que a dos produtos químicos. Isso, porque, ela é feita por processos naturais de digestão e mineralização através de microrganismos.
Os exemplos mais comuns de fertilizantes orgânicos que podem ser usados nas lavouras são:
– dejetos animais;
– vinhaça;
– torta de filtro;
– compostos orgânicos.
Remineralizadores de solo
O uso de remineralizadores de solo é incentivado pela Embrapa e pelo Ministério da Agricultura, com o objetivo de reduzir a necessidade de importação de matéria-prima e promover a nutrição sustentável das lavouras brasileiras. Na prática, esse manejo usa minerais naturais que passaram por processos físicos e podem beneficiar o solo. Como exemplo, podemos citar o calcário agrícola, o gesso mineral gipsita, além de algumas rochas silicáticas e fosfáticas.
Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, acompanhe. Para saber mais, é só clicar aqui!
Fonte: Nordeste Rural, Agência da Notícia, Estadão e Embrapa.