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Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), a demanda externa pelos frangos brasileiros está aquecida, e quem está liderando as importações não é a China.
As vendas para o país asiático estão em baixa, porém os países árabes e europeus garantiram que as exportações brasileiras se mantivessem em patamares próximos ao recorde.
Somente em abril, foram exportadas 418,2 mil toneladas de carne de frango, número 5,7% maior do que no mesmo período do ano passado; com isso, os exportadores de frango obtiveram recorde de receita no mês.
Apesar da receita recorde, o lucro dos produtores não aumentou proporcionalmente. A elevação dos custos da produção, principalmente em razão do preço do milho em alta, afetou a margem dos produtores.
Por causa da demanda externa, os preços internos da carne de frango estão altos. O Cepea informou uma leve queda no valor da proteína na segunda quinzena de maio, porém o recuo de 0,13% nos preços em São Paulo não foram suficientes para cobrir a alta dos últimos meses.
A elevação da demanda externa pelo frango brasileiro é mais um dos efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia. A Ucrânia é um dos principais fornecedores de carne de frango para a Europa e o Oriente Médio.
Apesar dos preços altos, a expectativa do setor é que o consumo interno de frango aumente em 2022. Entre 2020 e 2021, foi registrado um aumento de 3,29% no consumo per capita do brasileiro, o número, que chegou a 46 quilos no ano passado, deve fechar 2022 em 47,5 quilos por pessoa.
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Carne suína com preços em queda
Se o patamar do preço dos frangos é elevado, a carne suína teve um recuo nos preços em todas as “praças” pesquisadas pelo Cepea. Os valores, tanto para o suíno vivo quanto para a carne, estão em queda devido à demanda interna menor e à queda grande nas exportações para a China. O país asiático, que fez a demanda para a exportação “saltar” nos últimos anos, recuperou os números dos rebanhos após o longo período sofrendo com a peste suína africana (PSA).
Os produtores também têm vendido os suínos por preços mais baixos, já que, com a chegada do frio, os custos de produção e alimentação aumentaram. Com o preço do milho e do farelo de soja (os principais ingredientes da ração) em alta, os produtores estão “liquidando” os estoques.
China habilita importação de frigoríficos americanos
Em outra notícia relevante para o setor da proteína animal brasileira, a China habilitou a importação de 13 frigoríficos norte-americanos. A medida, divulgada em 13 de maio, foi vista por analistas como um recado para os produtores brasileiros, já que a carne do País é mais competitiva do que a estadunidense.
A decisão aconteceu após a importação de várias plantas brasileiras terem sido suspensas por apresentarem traços de covid-19 nas embalagens. Assim, a habilitação dos frigoríficos americanos pode ser uma forma de pressionar os brasileiros a melhorar a fiscalização e a baixar os preços em negociações futuras.
Fonte: Cepea/Esalq, O Presente Rural