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Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 13 classes de solo predominam no país — e suas propriedades impactam diretamente no manejo de culturas.

Além das classes, existem dezenas de subordens e centenas de grandes grupos e subgrupos que combinam as características encontradas em outras variedades. Esse é o caso dos solos siltosos.

Com elevado teor de silte (fragmentos de rocha ou partículas detríticas menores do que um grão de areia), os solos siltosos são intermediários entre areia e argila, apresentando “pouca coerência”, transformando-se “em lama facilmente em contato com a água”, como destacou a geofísica Camila Schweig.

Instáveis e suscetíveis à erosão, esses solos geram sensação semelhante à do talco devido à textura que apresentam, segundo esta publicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Sendo mais vulneráveis à compactação, é de suma importância conhecer as melhores práticas de manutenção para esse tipo de solo, evitando perdas em produtividade e reduzindo a aplicação de insumos, de acordo com a doutora em Agronomia Djulia Tais Broch.

Com elevado teor de silte, os solos siltosos são intermediários entre areia e argila. (Reprodução: Kasey McCoy/Unsplash/Reprodução)

Características de solos siltosos

O engenheiro agrônomo Mateus Tizzo afirma que a coleta de amostragem é o primeiro passo para descobrir o tipo de solo com o qual se está lidando, algo que pode ser realizado “de diversas maneiras e em intervalos que variam de acordo com o tipo ou o intervalo de culturas a serem implementadas”. A partir de análises químicas e físicas de amostras encabeçadas por laboratórios especializados é possível detectar as particularidades da região em questão.

De todo modo, pesquisas de comportamentos de texturas mostram que os solos siltosos têm capacidade de retenção de água considerada de média a alta, aeração média, drenagem de lenta a média e teor de matéria orgânica de médio a alto, dentre outros atributos — como alta suscetibilidade a erosões eólica e hídrica, média capacidade de cultivo após chuva e média resistência à mudança de potencial hidrogeniônico (pH), além de média a alta capacidade de armazenamento de nutrientes.

Com esses conhecimentos, pode-se garantir um uso reduzido de fertilizantes e maior rentabilidade no campo, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Lucas Costa Beber.

Conhecimento a respeito de solos siltosos garante maior rentabilidade no campo. (Reprodução: Meredith Petrick/Unsplash/Reprodução)

Tecnologia e conhecimento

Um estudo realizado no campo experimental do Centro Tecnológico do Vale do Araguaia (Ctecno Araguaia), em Canarana (MT), avaliou o desempenho de 115 cultivares de soja em solos siltosos. “Os resultados foram apresentados para produtores em um dia de campo”, contou a jornalista Eliza Maliszewski, especializada em conteúdo para o agronegócio.

Ainda segundo Maliszewski, o levantamento possibilitou a implantação de protocolos em condições de textura média do solo, com análise dos resultados em 19% de argila, 5% de silte e 76% de areia.

O produtor rural e delegado da Aprosoja-MT, Mateus Goldoni, destaca que o objetivo da iniciativa é oferecer uma nova alternativa a trabalhadores e famílias do campo, uma vez que, com tais indicativos, eles podem aproveitar melhor os recursos à disposição.

Beber defende que, dada a grande quantidade de produtos direcionados à otimização de cultivos ofertados a produtores e o marketing envolvido, apenas testes e comparações são capazes de atestar a rentabilidade de diferentes abordagens, por isso a importância de iniciativas como a do Ctecno Araguaia.

“O momento agora é de usar a tecnologia, o conhecimento, fazer a análise de solo, uma boa cobertura de palhada para reciclar nutrientes”, pontuou o vice-presidente da Aprosoja/MT, sugerindo que, com ações adequadas, os solos siltosos garantem boas oportunidades a quem souber aproveitá-las.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em agronegócio.

Fonte: Universidade de Passo Fundo, Agrimec, Universidade Federal do Paraná, Sensix.

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