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O Brasil e a Suécia estabeleceram uma cooperação para elaborarem propostas de desenvolvimento de tecnologias aplicadas a bioprodutos e ao manejo florestal sustentável. O tema foi abordado durante a 3ª Semana de Inovação Brasil-Suécia, em uma reunião do Comitê Executivo do Grupo de Trabalho Brasil-Suécia em Alta Tecnologia Industrial Inovadora.
A Bioeconomia é uma das cinco áreas prioritárias de colaboração entre os dois Países, que também envolvem temas como saúde, cidades inteligentes e mineração com sustentabilidade. Os setores da colaboração foram definidos em 2020, e a agenda segue até 2024, com encontros bianuais promovidos pela Embaixada do Brasil na Suécia.
“A ideia desses projetos é aproveitar o conhecimento e a experiência de cada país”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales. Os brasileiros têm experiência com o uso da biodiversidade, enquanto os suecos conhecem as técnicas de reflorestamento.
Agenda de visitas
Durante o evento, especialistas brasileiros em bioeconomia visitaram os Institutos de Pesquisa da Suécia (RISE) para identificar pontos de convergência no desenvolvimento de tecnologias para bioprodutos, biomateriais e para o manejo florestal sustentável.
A delegação encontrou exemplos de desenvolvimento de produtos a partir da lignina, uma macromolécula encontrada nas árvores que propicia rigidez, impermeabilidade e resistência aos ataques microbiológicos e mecânicos nos tecidos vegetais, como fibras de carbono e materiais condutores para baterias.
Os especialistas também visitaram a Skogforsk, empresa especializada na geração e no compartilhamento de informações para o setor florestal, que pode abrir caminho para o desenvolvimento de sistemas operacionais para a silvicultura brasileira, como o monitoramento das florestas plantadas e o planejamento de etapas produtivas.
Em novembro, será a vez dos suecos conhecerem a infraestrutura do laboratório de pesquisa e inovação em bioeconomia no Brasil.
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Relacionamento entre os países
O Brasil é o maior parceiro comercial da Suécia na América Latina. Mais de 200 companhias suecas atuam no território brasileiro, gerando 70 mil empregos e receita de R$ 84,5 bilhões, de acordo com a Embaixada da Suécia em Brasília.
Os dois países têm um histórico na indústria de mineração, sendo o setor com a maior participação das empresas suecas no Brasil. Ambos têm uma participação relevante na biomassa da matriz energética, sendo o desenvolvimento de combustíveis uma importante área de sinergia.
O Brasil é o principal exportador global de polpa de celulose e embarca 15,6 milhões de toneladas por ano, o que corresponde a 22,8% do total mundial, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Os brasileiros são referência em produtividade; enquanto a Suécia exporta 4,3 milhões de toneladas, representando 6,4% do volume global.
Um dos focos da parceria é a eliminação do desperdício. A Suécia conseguiu alcançar um patamar de 99% de reciclagem de todo o lixo produzido no país a partir da gravimetria de resíduos sólidos. A metodologia foi aplicada em Taguatinga (DF), em um experimento que demonstrou que um terço dos alimentos não precisavam ter sido descartados.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Inovação Suécia Brasil, Embaixada da Suécia em Brasília, Empresa de Pesquisa Energética (EPE)