O que é silvicultura? Conheça o cultivo de florestas no Brasil
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A silvicultura é a ciência do cultivo de florestas. Hoje, ela é composta basicamente de florestas plantadas com o propósito de extração de matérias-primas. A cultura envolve o manejo do solo e das condições climáticas, a seleção de material genético para o plantio, o controle de pragas, a extração e replantio das árvores, entre outros.
A atividade fornece mais de 5 mil produtos e subprodutos, de acordo com o Relatório 2020 da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa o setor. A lista inclui a madeira, que tem como destino a construção civil ou a fabricação de móveis, bem como o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e celulose, com suas diversas subcategorias.
Porém, há outras utilizações que vão além do senso comum, como a extração de resinas, essências e óleos essenciais que são utilizados em diferentes aplicações industriais — desde alimentos até produtos farmacêuticos. As árvores também fornecem fibra para fabricação de tecidos sintéticos e são uma importante fonte de energia renovável, por meio da biomassa e do carvão vegetal.
Por fim, entre troncos, galhos, flores, frutos, sementes e folhas, praticamente todas as partes de uma árvore podem ser aproveitadas em produtos e subprodutos da silvicultura.
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O Brasil é um dos protagonistas mundiais do agronegócio. No entanto, o que muitas pessoas não sabem é que a silvicultura é um dos segmentos onde o País mais se destaca dentro desse mercado, sendo ela a responsável por 10% das exportações do setor. O Brasil é o líder mundial em exportação de celulose, por exemplo, com US$7,5 bilhões provenientes do comércio exterior — o Canadá, em segundo lugar, exporta cerca de US$ 5,8 bilhões.
Ao todo, os 9 milhões de hectares de florestas plantadas — algo equivalente à área de Pernambuco ou Santa Catarina — trouxeram uma receita de R$97,4 bilhões para o País, segundo os relatórios da Ibá. Entre empregos diretos e indiretos, mais de 3,7 milhões de brasileiros trabalham na indústria florestal.
Essa força econômica pode ser atribuída à boa produtividade da silvicultura brasileira, que consegue extrair até 35 metros cúbicos de materiais por hectare nas florestas de eucalipto e mais de 31 m³ nas de pinus. A título de comparação, em outros países a média de produtividade fica entre 25 m³/ha e 30 m³/ha.
Falando no eucalipto e no pinus, é importante observar que essas duas espécies são os carros-chefes da indústria florestal brasileira: 77% da área plantada é de eucalipto e 18% de pinus. Os 5% restantes são distribuídos entre os outros tipos de árvore, que incluem a seringueira e a acácia.
As duas espécies dominantes ganharam maior destaque a partir da segunda metade do século XX, pela enorme variedade de usos possíveis e ótimo rendimento econômico. O pinus é mais presente na Região Sul do Brasil, enquanto São Paulo e Mato Grosso do Sul se destacam na produção de eucalipto.
Uma fonte de recursos responsável e renovável
A silvicultura moderna trabalha com o manejo de florestas plantadas exclusivamente para extração, ou seja, evitando o desmatamento de árvores nativas. Desse modo, as indústrias florestais podem ser consideradas uma atividade essencialmente sustentável, na medida em que contribuem para preservar o solo e as nascentes, além de reduzir os gases do efeito estufa.
Também vale mencionar que muitas empresas desse setor mantêm reservas naturais e áreas de preservação ambiental: são 5,9 milhões de hectares, uma área maior do que todo o estado do Rio de Janeiro, segundo a Ibá.
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Fonte: Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), Estadão Agro.