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A agropecuária brasileira tem mostrado uma expansão consistente do mercado de trabalho. Em agosto de 2021, período de entressafra das principais culturas do País, o agronegócio gerou quase 10 mil empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
No acumulado do ano, o setor gerou quase 186 mil novos postos de trabalho. Diferente de outros segmentos da economia, as vagas criadas pela agropecuária não representam a retomada depois de uma perda massiva de empregos causadas pela pandemia. Em 2020, o setor teve um saldo líquido de 96 mil postos de trabalho e foi o único, além da construção, a apresentar crescimento no período.
De acordo com comunicado técnico emitido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o avanço da vacinação tem gerado um impacto positivo no número de contratações do mercado de trabalho. Até o final de 2021, o governo federal espera completar o ciclo de imunização de todos os adultos, o que deve impulsionar ainda mais a geração de empregos.
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Mapa dos empregos em agosto
A Região Nordeste foi responsável por quase todo o saldo positivo de empregos gerados na agropecuária durante o mês de agosto, com a criação de 9.997 vagas. A Região Norte também teve saldo positivo, com a criação de 960 novos empregos. As demais regiões tiveram saldo negativo de empregos formais.
Pernambuco foi o estado que gerou o maior número de empregos, com a criação de 2.638 novas vagas, com destaque para a manga e a uva. As duas frutas também foram responsáveis pela maioria dos 1.787 postos de trabalho gerados na Bahia. O Rio Grande do Norte criou 2.424 novos empregos, sendo 1.670 apenas com o melão, e a Paraíba gerou 2.272 vagas, com destaque para a cana-de-açúcar.
A pecuária gerou 2.574 novos empregos durante o período, com cerca de 90% dos postos focados na criação de bovinos, especialmente para corte. A maioria das vagas formais no setor surgiu em São Paulo, que teve um saldo de 1.886 postos de trabalho na bovinocultura. Apesar disso, o estado teve um saldo de apenas 165 empregos em todo o setor agropecuário, impactado pela retração de mais de 5 mil vagas no cultivo, do café que teve a sua colheita encerrada em julho.
Perspectivas para os próximos meses
A geração de empregos na agricultura é afetada pela sazonalidade das lavouras. O número de vagas flutua conforme a necessidade de mão de obra, especialmente nas atividades de plantio e colheita, que requerem mais trabalhadores.
A primavera marca o início do plantio das principais culturas do Brasil, como soja, milho, cana-de-açúcar e arroz. Com isso, a perspectiva para os próximos meses é de uma aceleração na criação de novas vagas na agropecuária. Um indicativo disso são 1.197 vagas geradas em agosto nos serviços de preparação de terreno, cultivo e colheita, segundo o Novo Caged.
Em setembro de 2020, por exemplo, houve a criação de 33 mil novas vagas na agricultura. A tendência é que o ritmo de criação de empregos aconteça também durante o final do verão, quando deve acontecer a colheita dessas culturas. Entre janeiro e março de 2021, foram geradas 31 mil novas vagas.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).