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Dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostraram crescimento no número de trabalhadores do agronegócio brasileiro. Segundo o órgão, a empregabilidade do setor aumentou em 2022, tendo, no terceiro trimestre deste ano, 19,07 milhões de pessoas em atuação. Os dados são computados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-contínua) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O crescimento do total de empregados em relação ao mesmo período do ano anterior foi de 170,8 mil pessoas, cerca de 0,9%. O resultado também representou o maior número alcançado desde 2015, quando foram registradas 19,08 milhões de pessoas trabalhando no agronegócio.
O setor da agroindústria empregou 4,06 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2022. O resultado também é o maior desde 2015, quando foram registradas 4,2 milhões de pessoas empregadas. Nos agrosserviços, o número de trabalhadores chegou a 6,34 milhões, sendo o maior resultado registrado desde o início da série histórica do Cepea, em 2012.
No segmento primário, houve uma das maiores reduções de postos de trabalho, de 4,66% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Nos últimos 12 meses, 410.640 vagas no segmento primário foram cortadas, sendo as atividades mais afetadas as do ramo agrícola (lavouras, cereais e café) e da pecuária (atividades de pesca e aquicultura e de aves).
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Salários no agronegócio
A média salarial dos trabalhadores do agronegócio foi de R$ 2.248, um aumento de 4,91% em relação ao terceiro trimestre de 2021. Ainda assim, o salário foi menor do que a média salarial brasileira no período, que é de R$ 2.650.
Para os empregadores, a situação muda: eles receberam mais do que a média dos empreendedores brasileiros. Enquanto os patrões receberam R$ 6.672, os empresários do agronegócio tiveram salário médio de R$ 7.134 entre julho e setembro de 2022, sendo 6,67% a mais do que no terceiro trimestre de 2021.
Os trabalhadores que atuam por conta própria foram os que registraram os menores salários. Em média, eles receberam R$ 1.752 no terceiro trimestre de 2022. O valor representa aumento de 11,52% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ficou abaixo da média de R$ 2.073 de outros autônomos brasileiros.
Com esses resultados, a participação do agro no mercado de trabalho brasileiro foi de 20,33%. O número representa pequena queda em relação ao terceiro trimestre de 2021, quando a participação foi de 20,55%. Segundo a pesquisa, entre julho e setembro de 2022, 99,27 milhões de pessoas no Brasil estavam empregadas.
Recuperação das exportações em 2022
Outra pesquisa do Cepea mostrou que as exportações do agronegócio brasileiro superaram as expectativas. Entre janeiro e setembro deste ano, as vendas externas somaram US$ 122 bilhões, ultrapassando o resultado total de 2021.
Para os pesquisadores, o valor se deve ao retorno do crescimento da demanda externa, com muitos países se recuperando dos efeitos da crise gerada pela pandemia de covid-19. Além disso, o conflito da Rússia na Ucrânia desestabilizou muitas cadeias produtivas e logísticas, aumentando preços e diminuindo a concorrência, já que muitas nações não puderam cumprir contratos.
Com isso, o Brasil ficou em uma posição privilegiada e teve capacidade de suprir a demanda de vários novos mercados e gerar mais oportunidades de trabalho. Além disso, a desvalorização da moeda nacional fez que as exportações se tornassem um negócio ainda mais lucrativo para os produtores rurais.
Fonte: Cepea/Esalq