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As exportações de soja despencaram no início de 2021. Durante janeiro, o volume exportado foi 96,5% menor do que o mesmo mês de 2020, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. Apenas 49,5 mil toneladas foram embarcadas na média diária no período, em decorrência do atraso na colheita da safra 2020/21.
No último trimestre de 2020, a estiagem provocada pelo fenômeno climático La Niña atrasou o plantio, especialmente na Região Sul brasileira. As chuvas voltaram gradualmente, e a formação das lavouras foi acelerada até o fim do ano passado. Com isso, houve atraso na colheita, que também está sendo dificultada pela ocorrência de temporais.
As exportações do complexo alcançaram 101,04 milhões de toneladas e US$ 35,24 bilhões em 2020, um incremento de 35% em relação ao ano anterior. A China foi o principal destino do produto, tendo comprado 73,2% da soja em grãos exportada pelo Brasil.
Queda de exportação e alta de preço da soja
Ao mesmo tempo em que o volume de exportação do grão caiu em janeiro, a cotação acelerou no início do ano. O farelo chegou a registrar uma alta de 113% na parcial de janeiro, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A alta foi sustentada pela demanda aquecida e pela variação do dólar.
Os contratos futuros na Bolsa de Valores de Nova York cresceram em ritmo mais lento. Nas duas primeiras semanas do ano, o produto apresentou um crescimento de quase 8%. Apesar de ter recuado nos últimos 14 dias de janeiro, o valor dos contratos continua superior ao do início de 2021.
No mercado brasileiro, o indicador da soja ESALQ/BM&F Bovespa — Paranaguá (PR) fechou a R$ 168,30 por saca em 29 de janeiro, representando um crescimento de 9,36% em relação a 30 de dezembro. O indicador da soja CEPEA/ESALQ — Paraná fechou a R$ 165,72 por saca, um valor 14,38% acima nesse mesmo período de comparação.
Expectativas para a safra 20/21
Até o final de janeiro, apenas 2,23% da área do grão tinha sido colhida no Mato Grosso, segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). O estado, que é o principal produtor brasileiro do grão, tinha 14,42% colhidos no mesmo período de 2020. A instituição prevê uma diminuição de produtividade em relação à safra anterior devido às condições climáticas.
Apesar disso, o Brasil deve exportar 83 milhões de toneladas de soja em 2021, de acordo com a previsão divulgada em fevereiro pela consultoria Safras & Mercado. O volume é levemente superior aos 82,979 milhões estimados para 2020.
Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Agências SAFRAS.