O Brasil é um dos protagonistas na produção e exportação de carnes, e as projeções apontam para um crescimento significativo na próxima década. A expectativa é que a produção de carnes, incluindo bovina, suína e frango, alcance a marca de 36,2 milhões de toneladas em 2033, um aumento de 22,4% em relação aos atuais 29,6 milhões de toneladas.
Os números são de um estudo realizado por um grupo de técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As projeções consideram fatores como a necessidade de crescimento em infraestrutura, investimentos em pesquisa e financiamento no setor.
O trabalho visa fornecer informações aos formuladores de políticas públicas sobre as tendências do agronegócio. Dessa forma, o País pode estruturar visões de futuro para o setor e continuar crescendo, conquistando novos mercados e consolidando a liderança global no mercado de proteína animal.
Projeções para a produção de carnes
A carne de frango continuará representando o maior volume de proteína animal produzido no Brasil. A ave deve sair de um patamar atual de 15,2 milhões de toneladas para 19,5 milhões de toneladas em 2033, uma taxa de crescimento de 28,1%. Cerca de dois terços da produção será destinada ao mercado interno.
A proteína suína deve registrar o segundo maior aumento entre as carnes, com uma alta de 23,2%, saindo de 5,3 milhões de toneladas para 6,5 milhões de toneladas daqui a dez anos. Por outro lado, o consumo interno deve crescer com uma alta projetada em 24% na década.
Já a produção de carne bovina deve ultrapassar as 10,1 milhões de toneladas em 2033, o que significa um aumento de 12,4% frente aos 9 milhões de toneladas estimados para 2023. Contudo, o crescimento da demanda doméstica em uma década está estimado em apenas 4,8%, ficando em cerca de 6,5 milhões de toneladas.
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Exportações de proteína animal
As projeções indicam um crescimento favorável para as exportações brasileiras de carnes nos próximos anos, com o Brasil exportando cerca de 11,7 milhões de toneladas ao final do período analisado, o que representa um aumento de 30,8% em relação às atuais 9 milhões de toneladas embarcadas.
O Brasil continuará sendo o maior exportador global de carne bovina, seguido pela Índia e pela Austrália em 2032, projeta o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção brasileira atenderá 28,5% dos embarques mundiais, com um volume de 3,7 milhões de toneladas, um avanço de 30% no período.
A liderança brasileira também se consolidará na carne de frango na próxima década, com participação de 35% nos embarques globais. O País deve enviar um volume de 6,3 milhões de toneladas ao exterior, uma alta de 22,7% nas exportações frente a 2023.
Nas exportações de carne suína, o Brasil deve ficar na terceira posição, atrás da União Europeia e dos Estados Unidos. Os embarques da proteína devem crescer 33,5%, chegando a 1,6 milhão de toneladas exportadas no final do período.
Tendências para a indústria frigorífica
A indústria de carne brasileira investe em tecnologia, genética animal, nutrição e manejo, o que resulta em uma produção mais eficiente e competitiva. Além disso, o país conta com um sistema de produção que combina pastagens com suplementação alimentar, o que otimiza a utilização dos recursos disponíveis.
O Brasil também se destaca no mercado internacional de carne devido à sua capacidade de cumprir rigorosos padrões sanitários e fitossanitários exigidos pelos países importadores. Essa conformidade com normas internacionais permite ao País acessar mercados exigentes, como os da União Europeia, Estados Unidos e Ásia, ampliando as possibilidades de exportação.
A sustentabilidade será uma demanda crescente do mercado consumidor e de órgãos reguladores. Nesse sentido, o Brasil deve continuar desenvolvendo práticas sustentáveis na produção de carne, como sistemas de produção mais eficientes, a recuperação de áreas degradadas, a redução do desmatamento ilegal e o uso responsável dos recursos naturais.
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).