Como a guerra na Ucrânia afetou o agronegócio brasileiro?

O conflito entre Rússia e Ucrânia começou em fevereiro de 2022 e continua se estendendo. Logo no início, muita gente se preocupou com o impacto que isso teria na produção agrícola brasileira, mas o que aconteceu no setor desde então?

A questão dos fertilizantes

A principal preocupação era em relação à importação de fertilizantes. O clima tropical do Brasil faz que o País dependa desse insumo para nutrir o solo. Segundo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 80% dos fertilizantes usados aqui são importados.

Os fertilizantes da Rússia

A Rússia é um país com muito potencial na exportação de fertilizantes, pois tem grandes minas de fósforo e potássio.   Mais de 20% dos fertilizantes usados no Brasil vêm de lá.

A produção de milho na Ucrânia

A Ucrânia também é importante para o agronegócio. O país é líder mundial na produção de milho, por isso a guerra poderia impactar o mercado mundial dessa commodity.

O impacto no Brasil

Ainda que a Ucrânia não seja um grande fornecedor de insumos para o Brasil, a diminuição da produção de milho poderia baixar as ofertas mundiais e aumentar o preço do produto no mundo inteiro.

A exportação da carne

Outro fator importante é que a Rússia é uma grande compradora da carne brasileira. Em 2021, o país importou cerca de US$ 167 milhões em carnes produzidas aqui. Além disso, a Rússia tem participação grande na exportação da soja brasileira.

A situação atual

Durante 2022, o Brasil fez muitos esforços para lidar com os possíveis efeitos dessa guerra. O trabalho envolveu ações das indústrias, do governo e de entidades setoriais do agronegócio. Ainda que a disputa não tenha previsão de fim, é possível dizer que alguns desafios impostos ao Brasil foram superados, mas outros continuam presentes.

A venda da carne

Um ponto muito positivo é que o Brasil registrou crescimento na exportação da carne para os Estados Unidos. As compras do país aumentaram 197% em comparação a 2021.

A inflação dos alimentos

Entre janeiro e setembro de 2022, o setor de alimentação e bebidas acumulou 9,54% de inflação, na maior alta desde o início do Plano Real, há 28 anos. A situação foi intensificada pela guerra na Ucrânia, já que o aumento dos insumos elevou os gastos com a produção de alimentos.

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