Tecnologias na produção de leite podem gerar mudanças significativas nos lucros. Um dos grandes exemplos do sucesso dessa adesão é a cidade de Castro (PR), considerada o município que mais utiliza ferramentas tecnológicas no processo produtivo, segundo o projeto Campo Futuro, criado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O programa Balde Cheio, executado em Minas Gerais pela Embrapa Pecuária Sudeste, também é exemplo de como a adesão da tecnologia pode impulsionar a produção de leite: os participantes tiveram um resultado cinco vezes maior do que a média de produção do País em 2016.
Lucratividade comprovada
Paulo Fernando Mendes, de Santos Dumont (MG), teve sua realidade alterada pelo programa Balde Cheio. Ele deu entrada no projeto em 2008, a fim de melhorar suas produções, e teve uma ótima experiência. Seguindo os conselhos dos técnicos, mudou suas metodologias de gestão, produtiva e financeira.
Em 2016, o produtor obtinha cerca de 1,2 mil litros de leite por dia; hoje, ele é um dos exemplos a serem seguidos no estado. De acordo com o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo, a história de Mendes é uma confirmação de que, independentemente da realidade atual, com uma boa gestão e tecnologia tudo é possível.
Avanços de quem utiliza tecnologias na produção de leite
Novas formas de manejo das pastagens com correção do solo, adubação e retirada de ervas daninhas são essenciais para a mudança da produtividade de uma propriedade focada na fabricação de leite. A gestão financeira aprimorada também é um fator que torna o rendimento mais eficiente.
Os produtores do programa Balde Cheio, por exemplo, conseguiram gerar renda média anual de R$ 198 mil. Esse novo olhar para a gestão elevou os números de produção, gerando uma margem de lucro bruta anual de R$ 60 mil. O valor é muito superior se comparado ao adquirido por produtores que usam métodos tradicionais.
Em Castro (PR), uma das principais tecnologias utilizadas na produção é o confinamento free stall para manter os rebanhos leiteiros. Os animais recebem suplementos minerais de alta concentração (14 kg por dia), o que gera uma produção média diária de 30 litros de leite por vaca. Enquanto isso, fazendas sem uso de tecnologias produzem, no máximo, 4 litros diários.
Pequenos produtores também têm potencial
Esses avanços, porém, parecem distantes da realidade do pequeno produtor. Segundo Rodrigo Alvim, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o programa Balde Cheio desmistifica a ideia de que essas novas tecnologias são muito caras e inacessíveis ao pequeno produtor. “Tudo se baseia em um diagnóstico bem estudado e no apontamento de arranjos simples na propriedade. Muito trabalho, sem grandes investimentos. É muito mais uma mudança de comportamento dos produtores, que aceitam ousar e inovar, alcançando muito mais produtividade e renda em sua atividade”, afirmou.
O programa Balde Cheio realizou o acompanhamento de 288 produtores em 2016: 53% donos de áreas que não chegam a 50 hectares; 70% com propriedades de pequeno porte, com área entre 1,3 hectare a 840 hectares; e somente 10% com mais de 100 hectares.
Boas práticas de produção e ótima gestão financeira
Para que os investimentos possam gerar mais lucros para grandes ou pequenos produtores, é necessário organizar bem a gestão financeira e de produção. Novo menciona que a relação entre essas duas gestões é o que dita os ganhos: “O produtor ganha dinheiro porque planta um pasto melhor, tem controle de quanto custa o leite produzido, tem planilhas econômicas e zootécnicas, preocupa-se com manejo ambiental e melhoramento genético do rebanho, ou seja, é um conjunto de fatores que fazem o negócio dar certo”.
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Fontes: Embrapa; Portal DBO