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Startups brasileiras estão mudando o cenário da vida no campo

Em 30 anos, a vida no campo deverá ser transformada radicalmente pelas necessidades e pelos desafios que o mundo vai enfrentar. As startups de agricultura, também conhecidas como AgTechs, serão parte essencial desse processo, e o Brasil não está atrás no mercado global.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial alcançará 9,7 bilhões de pessoas em 2050; com isso, a demanda agrícola global deverá aumentar até 70%. Mas as terras aráveis estão diminuindo cerca de 100 mil hectares por ano, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. As mudanças climáticas e a urbanização em massa deverão reduzir ainda mais a disponibilidade de terras destinadas à produção de alimentos.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), agricultura, silvicultura e mudanças no uso da terra produzem 21% das emissões globais de gases de efeito estufa, tornando-os o segundo maior emissor depois do setor de energia. E essas emissões podem aumentar 30% até 2050.

As tendências mostram a necessidade de alguma atitude para melhorar o cenário. Nesse sentido, as novas tecnologias agrícolas podem ser uma oportunidade de negócio para enfrentar as pressões colocadas no setor agropecuário, considerando as perspectivas futuras.

AgTechs, startups agrícolas

O termo AgTech vem sendo utilizado para fazer referência a startups focadas no agronegócio. Esse setor econômico emergente tem o potencial para transformar totalmente a agropecuária em âmbito global, com grandes incrementos de produtividade associados a uma redução de custos ambientais e sociais. As startups mudam a vida no campo com o uso intensivo de tecnologias, com a criação de produtos e serviços, bem como o desenvolvimento de novos modelos de negócio oferecidos para os segmentos do setor agropecuário.

Segundo levantamento da Ag Funder, tecnologias como blockchain, inteligência artificial, robótica e drones são as mais comuns entre agricultores no Canadá, nos Estados Unidos, na União Europeia e em algumas economias emergentes, incluindo Brasil, Índia e China.

O Brasil tem mais de 1,2 mil AgTechs, conforme dados do Radar Agtech 2019. Cerca de 90% dessas startups estão nas regiões Sul e Sudeste, com particular destaque para as cidades de São Paulo, Piracicaba e Campinas (SP).

Monitoramento total do campo

(Fonte: Shutterstock)

A plataforma de agricultura digital Agrosmart, sediada em Campinas, realiza um monitoramento total das condições do campo para ajudar o agricultor nas decisões sobre irrigação, manejo de pragas e doenças, plantio e colheita. A empresa monitora lavouras, integra fontes de dados e gera modelos agronômicos e climáticos com base em condições de solo, microclima e genética. O sistema permite economia de até 60% da água e 30% da energia necessária para a irrigação.

Por esses motivos, a AgTech foi reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial em 2018 como uma das 50 empresas mais inovadoras do mundo.

Internet das vacas

(Fonte: Shutterstock)

O aplicativo BovControl tem como principal objetivo aumentar a produtividade de carne e leite. A ideia, desenvolvida em São Paulo, está presente em fazendas espalhadas pelos cinco continentes. Após baixar o aplicativo no celular, o produtor insere na plataforma todos os dados dos animais, como data de nascimento, medicamentos, vacinas e peso. É possível, ainda, aplicar brincos ou colares inteligentes equipados com Bluetooth para coletar dados como temperatura e localização.

A plataforma é capaz de identificar se uma vaca está produzindo leite abaixo do esperado, se o animal está pronto para o abate e até sinalizar a proximidade do nascimento de um bezerro.

Economia colaborativa no campo

(Fonte: Shutterstock)

O aplicativo Alluagro, desenvolvido em Uberlândia (MG), utiliza a economia colaborativa para reduzir a ociosidade de maquinários agrícolas e custos de logísticas. A plataforma oferece um sistema de geolocalização para aproximar produtores rurais interessados em alugar máquinas e implementos agrícolas e proprietários desses produtos.

Com isso, quem realizou um alto investimento na compra de ferramentas pode ter parte de seu dinheiro recuperado, barateando os custos e diminuindo os riscos. Também facilita a vida de agricultores que precisam das máquinas, oferecendo comodidade e segurança.

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Fontes: FAO; BovControl

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