O uso de agrotóxico é muito comum como forma de proteger as plantações de pragas e de outras doenças e também de preveni-las. Porém, isso causa sérios riscos à saúde segundo dados do Ministério da Saúde entre 2007 e 2014. Segundo este, o Brasil registrou 34.147 casos de intoxicação causadas por agrotóxico, e o cultivo de morango é um dos que apresentam as taxas mais elevadas do uso dessa substância.
Entretanto, algumas experiências bem-sucedidas mostraram que é possível produzir morango usando menos pesticidas, logo, de forma mais saudável para todos os envolvidos no processo de produção e, inclusive, para quem consome a fruta. Experiências no sul do Brasil, no interior de São Paulo e no Espírito Santo comprovaram isso.
Entre os fatores que colaboraram para que o uso de agrotóxico fosse reduzido no cultivo dessa fruta estão o clima e o uso de diferentes métodos de plantio e de proteção, desenvolvidos com o auxílio de novas tecnologias. Pulgão, ácaro e a broca são as pragas que mais atacam o morango.
Clima em cidade do Espírito Santo favorece produção limpa de morangos
Em Pedra Azul, região Serrana do Espírito Santo, produtores conseguiram plantar morangos sem agrotóxico e sem a presença de nenhuma praga comum. O clima da cidade, quase sempre ameno, favorece a produção dessa fruta.
As principais pragas que atingem as plantações de morango na região são os pulgões e as formigas. Segundo o pesquisador e entomologista José Salazar, a formiga lava-pé está sempre associada ao pulgão quando se fala da produção de morangos.
José destaca que a formiga se alimenta também das fezes do pulgão, que, por sua vez, come a planta. Por isso, a primeira faz um ninho para proteger os pulgões, assim eliminando pulgões e formigas ao mesmo tempo. Uma solução não tóxica para matar as pragas é a calda de sabão, feita com detergente neutro.
Basta lavar a base e o colo da planta com jatos dessa calda. Dessa forma, o pulgão é combatido e, consequentemente, as formigas não buscarão a plantação da fruta e serão eliminadas também.
Método sem agrotóxico é utilizado em São Paulo
Monte Alegre do Sul, em São Paulo, é a principal produtora de morango da região. Lá, cerca de 25 famílias dominam a produção, sendo que duas delas experimentaram um novo método de plantio que reduziu em até 80% o uso de agrotóxico utilizado: o feito fora do solo.
O método começou a ser desenvolvido na década de 1980, no Rio Grande do Sul, pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa). Nele, as mudas são plantadas em recipientes suspensos sobre bancadas ou colunas, com substrato e materiais orgânicos – normalmente fibra de coco ou casca de arroz carbonizada.
Os morangos são dispostos em sacos plásticos especiais e recebem a irrigação de águas e de nutrientes. Os espaços são cobertos por estufas que protegem as plantas do clima. Como sofrem menos com as mudanças climáticas e com os problemas do solo, a plantação necessita de menos fungicidas para sobreviver.
Com o avanço da tecnologia, vem sendo possível desenvolver cada vez mais possibilidades de proteção desses vegetais e de plantio mais orgânico, isto é, com menos uso de produtos químicos e menos riscos à saúde.
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Fonte: Ministério da Saúde, Embrapa