O setor hortigranjeiro é um dos mais importantes do agronegócio brasileiro, com uma produção anual de 45 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Isso faz do Brasil o terceiro maior produtor de frutas e hortaliças do mundo. A agricultura familiar é responsável por mais da metade desse volume.
Cerca de 35% do cultivo são destinados à exportação, sendo a Europa o principal mercado consumidor. As exportações, inclusive, estão em franco crescimento, mesmo em meio à crise. Em 2019, por exemplo, o comércio com outros países ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão pela primeira vez, segundo dados disponíveis no sistema de estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Em 2020, a perspectiva é continuar crescendo, uma vez que a China também começará a importar frutas frescas brasileiras, com destaque para o melão. Esse desenvolvimento contínuo é impulsionado, entre outros fatores, pela constante modernização do setor.
A tecnologia como motor do progresso
Um dos principais propulsores da evolução no setor hortigranjeiro brasileiro é a modernização das técnicas de produção, com o uso de novas tecnologias na lavoura. As raízes desse movimento podem ser encontradas em 2005, quando o Mapa instituiu o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort).
O Prohort foi uma das primeiras iniciativas em nível nacional para unir os diferentes integrantes do processo de produção hortigranjeiro, como os agricultores familiares, grandes produtores e agentes governamentais, além dos mercados atacadistas, muito importantes para a distribuição do que é produzido. A principal ferramenta oferecida pelo Prohort é seu sistema de informações.
Dentre outras informações, o sistema Prohort permite que os produtores de hortigranjeiros acompanhem preços dos produtos, análises de mercado e estudos técnicos. Mensalmente, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também publica o Boletim Hortigranjeiro, com as novidades mais importantes do mercado.
Essas informações foram disponibilizadas aos produtores de todo o Brasil também por meio da tecnologia: em 2018, a Conab lançou o aplicativo Prohort Ceasas. Por meio dele, é possível consultar os preços de diversos produtos hortigranjeiros em Centrais de Abastecimento (Ceasas) de todo o Brasil, bem como verificar o histórico de preços e entrar em contato com as Ceasas.
Outro agente importante na disseminação de tecnologias nesse setor é a Embrapa, que desenvolve novas espécies para cultivo, possibilitando muitos ganhos na produção: um exemplo são as variedades de uva que podem ser cultivadas até no semiárido.
Além disso, a Embrapa realiza uma infinidade de estudos, propondo técnicas de manejo mais eficientes e novos sistemas de produção, como a técnica de cobertura vegetal para um melhor manejo do solo.
As próximas evoluções do setor
Em janeiro de 2020, representantes das principais Ceasas do país se reuniram em Brasília com o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, para criar um relatório com propostas para o setor. Esse documento foi encaminhado para o Ministério da Agricultura, que irá analisar e possivelmente executar as ideias.
Entre as principais demandas do setor hortigranjeiro estão a modernização dos modelos de gestão, a criação de novas políticas públicas que estimulem o mercado, bem como a necessidade de novos investimentos e financiamentos.
Além disso, os integrantes da cadeia produtiva estão discutindo melhorias em outros aspectos importantes: coleta de informações, redução no desperdício de alimentos e promoção da segurança alimentar. Os resultados dessas discussões devem ser observados ao longo dos próximos meses.
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Fonte: Conab