Fazenda vertical: o novo conceito de agricultura sustentável

21 de junho de 2020 4 mins. de leitura
Sem fazer uso de agrotóxicos e aproveitando o espaço urbano, fazendas verticais aparecem para revolucionar o futuro do agronegócio

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A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que a população mundial deve aumentar em três bilhões de pessoas até 2050, chegando a dez bilhões de habitantes. Com essa estimativa, a produção agrícola precisaria aumentar em um bilhão de hectares, o que seria improvável com as práticas atuais da agricultura. Na busca pela readequação de espaços de plantação, as fazendas verticais surgem como solução sustentável.

Por meio de ambientes controlados e painéis verticais de plantação, esse tipo de plantação consegue readequar os espaços de trabalho, diminuir o consumo de água, cultivar os produtos sem a necessidade do uso de agrotóxicos e com menos fertilizantes.

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Como funcionam as fazendas verticais?

Polos urbanos viram opção para a criação de fazendas verticais. (Fonte: Shutterstock)

Segundo a ONU, 80% do solo adequado para o cultivo agrícola está comprometido — sendo 15% devastados pelo uso inadequado das terras. Com isso, surgem novas previsões sobre os avanços das fazendas verticais no agronegócio. A empresa de consultoria norte-americana Grand View Research estima que o setor de agricultura vertical deve movimentar US$ 9,6 bilhões até 2025.

Alimentos orgânicos

Desde 2008, o Brasil lidera o ranking mundial de uso de pesticidas. Metade das substâncias usadas nesse país são proibidas nos Estados Unidos e na União Europeia. Sendo assim, a criação de novas ferramentas se tornam necessárias para frear os avanços dos pesticidas.

A implantação de sistemas de fazendas verticais pode ser responsável por diminuir a quantidade de pesticidas e elevar a qualidade das hortaliças que chegam às mesas familiares. E tudo isso passa pelo uso de tecnologias de controle de ambientes.

As fazendas verticais usam ferramentas modernas como grandes aliadas para o aumento de sua produtividade. Além do pequeno espaço utilizado para suas plantações, os produtores conseguem monitorar todas as safras por meio de sistemas de Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e Big Data.

Muitos desses empreendimentos utilizam iluminação artificial para adaptar as condições climáticas das plantações ao crescimento ideal das hortaliças. Dessa forma, os fazendeiros conseguem evitar o uso de agrotóxicos em suas safras e manter suas hortas orgânicas e produtivas.

O controle sobre os níveis de temperatura, umidade e outros fatores que influenciam no crescimento do produto permitem aos fazendeiros verticais se privarem totalmente do uso de agrotóxicos e reduzam em 50% o consumo de fertilizantes.

Investimentos mundiais

Em algumas regiões do mundo, grandes fazendas nesses moldes vêm sendo testadas. Em 2018, os japoneses do SoftBank investiram uma quantia de US$ 200 milhões na startup americana Plenty. A empresa foi fundada em 2014 na cidade de São Francisco, onde, até hoje, cultiva hortaliças e frutas em torres de 6 metros de altura.

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Os EUA também são donos da maior fazenda vertical do mundo: a AeroFarms. As plantações são localizadas na cidade de Newark, em Nova Jersey, onde ocupam uma área de 6.410 m². Segundo a AeroFarms, o modelo adotado pela empresa é capaz de usar água 95% a menos e elevar a produção tradicional em 75 vezes.

Luzes de LED simulam a iluminação solar em ambiente controlado (Fonte: Shutterstock)

No Brasil, a cidade de São Paulo serviu como sede para a primeira fazenda vertical na América Latina. Nascida em 2016, a Pink Farms tem um galpão de 750 m², dividido em várias salas hermeticamente fechadas para o cultivo de diferentes hortaliças. Todo o processo de cultivo é feito com o auxílio de luzes de LED, que simulam a iluminação solar. Por meio dessa prática e também de técnicas de hidroponia, a startup reduz o consumo de água em 95% em comparação com as plantações a céu aberto.

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Fonte: Summit Agro, SNA, Ecycle e Pink Farms.

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