A empresa canadense Bee Vectoring Technologies International (BVT), sediada em Ontário, anunciou que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) aprovou o Clonostachys rosea CR-7 (CR-7), um agente de amplo espectro contra vários fitopatógenos — microrganismos que transmitem doenças ou causam problemas infecciosos nas plantas. O composto será usado como fungicida e distribuído por abelhas em culturas comerciais de plantas com flores, como mirtilos, morangos, amêndoas e tomates.
O CR-7 é completamente inofensivo para a planta hospedeira e atua como um concorrente hostil a fungos. O registro da EPA disponibiliza o Vectorite CR-7 imediatamente para venda como fungicida registrado para uso nas culturas rotuladas.
Segundo Ashish Malik, CEO da BVT, “esse não é apenas um marco crítico para a BVT em termos de início de comercialização e receita escalonáveis; representa também uma mudança inovadora na forma como os produtos para tratamento de plantas podem ser aplicados”.
Malik também afirmou que “ao usar abelhas criadas comercialmente para fornecer produtos biológicos, os produtores podem proteger as culturas, aumentar o rendimento e aprimorar suas práticas de crescimento sustentável, reduzindo o uso de produtos químicos e outros recursos caros e cada vez mais escassos, incluindo água, combustível e mão de obra”.
Estabelecer os altos níveis de segurança exigidos para disponibilizar um novo produto de proteção de culturas no mercado, custa, em média, mais de US$ 280 milhões, segundo Michael Collinson, presidente do Conselho de Administração da BVT. De acordo com ele, a equipe conseguiu isso por uma fração do preço.
A BVT está buscando a aprovação regulatória de outros países para o novo fungicida e, como a EPA serve como modelo afirmativo para agências reguladoras fora dos EUA, esses processos de revisão devem se mover rapidamente.
Fungicida aplicado por abelhas tem alta eficiência
A empresa canadense Agriculture and Agri-Food Canada fez testes em culturas de estufa, como tomates e morangos, com outro inseticida orgânico distribuído por abelhas, o Beauveria bassiana. O resultado foi que com 1,3% do que é utilizado normalmente o composto que estava sendo testado obteve a mesma eficácia dos métodos tradicionais.
Seguindo na mesma linha de performance, a Bee Vectoring Technologies afirma que apenas uma colher de chá do Vectorite CR-7 rende o mesmo que 4,5 litros de pesticida tradicionalmente pulverizado. Além da eficiência, os compostos aplicados por abelha têm outros benefícios, incluindo os menores riscos à saúde dos agricultores.
Mas esse novo fungicida não substituirá a pulverização por completo. A vetorização de abelhas — processo em que o inseto atravessa um dispensador que contém o produto fitofarmacêutico em pó para aderi-lo ao seu corpo e fazer a distribuição — “não funcionaria para uma doença de estação tardia, onde não há mais uma flor, doença de folha ou raiz”, afirma Malik. É improvável que a tecnologia seja adotada por produtores de culturas como milho e soja que ainda não usam colmeias comerciais para polinização, por exemplo.
Até agora, apenas o Canadá, a UE e os EUA têm um pesticida vetorizado pelas abelhas aprovado para produtores comerciais. Porém, cada pesticida aprovado só pode proteger o cultivo contra poucas ameaças em potencial. O fungicida Beauveria bassiana, utilizado nos testes da empresa Agriculture and Agri-Food Canada, por exemplo, protege contra pragas causadas por insetos como pulgões, mas não atua contra patógenos fúngicos como o mofo cinzento.
Malik espera que o Vectorite seja aprovado em breve em outros países e afirma que sua empresa está pesquisando esporos de fungos e bactérias adicionais que podem trabalhar ao lado do Vectorite CR-7, defendendo a plantação contra uma ampla variedade de patógenos fúngicos e pragas causadas por insetos.
O fungicida é inofensivo
O Vectorite CR-7 provou ser um fungicida inofensivo para os animais e para os seres humanos, pois não utiliza água nem produtos químicos nocivos à saúde. Além disso, o composto ajuda a gerenciar a resistência das plantas a fungicidas, diz Malik. “Sendo um biopesticida, o CR-7 possui um modo de ação complexo e físico que dificulta a construção de resistência a um patógeno. Portanto, o CR-7 é uma ferramenta útil para prolongar a vida de outros modos de ação quando usado em substituição ou em combinação com outras classes de fungicidas.”
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Fonte: NBC News; Good Fruit; Growin Produce; Spring Wise