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Agrotechs enfrentam desafios de gestão para crescer no Brasil

O setor agrícola vem puxando para cima os números da economia nacional. Enquanto o PIB brasileiro de 2019 cresceu apenas 1,1% em relação a 2018, o agronegócio cresceu 3,8%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

Esse resultado foi alcançado pelo aumento da produtividade agropecuária, gerado, em parte, pela implantação de novas tecnologias no campo. As startups do agronegócio, ou agrotechs, propiciam aos produtores um modelo de gestão que permite o aumento da previsibilidade e eficiência na produção agropecuária.

No entanto, a cultura de inovação e de crescimento rápido presente no modelo de startup pode encontrar resistência em um negócio baseado em uma visão tradicional e acostumado a seguir o ritmo da natureza.

Setor Agrotech no Brasil

(Fonte: Shutterstock)

Por conta do perfil familiar das fazendas e da complexidade da produção, o agronegócio foi um dos últimos setores a ter atenção das startups. Atualmente, apenas 2% do mercado de Tecnologia da Informação (TI) está chegando no ambiente rural, mas o quadro está mudando.

São mais de 300 empresas do tipo agrotech no País, de acordo com o 2º Censo AgTech de Startups Brasil. Cerca de 74% dessas startups estão concentradas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, atuando em áreas como Internet das Coisas (IoT), softwares de gestão agrícola e agricultura de precisão.

As agrotechs brasileiras atendem principalmente o mercado nacional, e mais da metade tem até 50 clientes. A clientela é composta, em sua maioria, de produtores rurais e prestadores de serviço no campo. Os principais setores atendidos são a soja, o milho, a pecuária, a cana-de-açúcar e o café.

Desafios da gestão

(Fonte: Shutterstock)

As empresas de tecnologia voltadas ao agronegócio devem causar uma verdadeira revolução no campo. Porém, para isso, têm de superar os desafios apresentados pelo setor. Ainda que as inovações possam dar um impulso no agronegócio, o setor tradicional parece ver com desconfiança as novidades.

Segundo Censo Agtech, 70% das agrotechs brasileiras consideram que suas soluções têm um nível alto ou altíssimo de disrupção, ou seja, de alterar radicalmente algum processo dentro do campo. Mais da metade das soluções proporcionadas pelo setor de agrotech são de replicação intermediária muito fácil.

Por outro lado, mais de 50% das startups ouvidas pelo censo considera captar dinheiro “difícil” ou “muito difícil’. Mais de 30% não recebeu nenhum investimento para alavancar as suas ideias, enquanto quase a metade contou com um fundo perdido, investidores anjo ou recursos de amigos e familiares.

Estratégias de superação

Uma estratégia adotada pelas agrotechs para driblar essa dificuldade foi realizar parcerias com grandes empresas para obter vantagens, como contratação do projeto piloto, ampliação da rede de relacionamento, acesso à base de clientes, à capacitação e à mentoria.

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Fonte: Embrapa e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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