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A startup brasileira Symbiomics anunciou que alcançará a marca de 10 mil microrganismos no próprio banco de bioinsumos até o fim de 2022, o que caracterizará uma das maiores coleções desse tipo no mundo. Bactérias, fungos, vírus, protozoários, entre outros, desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do agronegócio.
As tecnologias baseadas em microbioma movimentaram cerca de US$ 5 milhões em 2020 e devem crescer 150% na próxima década, de acordo com uma projeção da Research and Markets. O agronegócio responde por quase 40% do faturamento do setor; em 2030, o segmento deve movimentar mais de US$ 15 milhões.
A empresa de biotecnologia foi fundada em 2020 por ex-alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pretende preencher uma lacuna no mercado brasileiro de soluções microbiológicas para garantir a sustentabilidade na agricultura, trabalhando com base na bioprospecção bacteriana por meio de edição de genes e análise de dados.
Desenvolvimento de bioinsumos
Para desenvolver os bioinsumos, a Symbiomics coleta microrganismos de diversos biomas para descobrir o potencial biotecnológico deles. Há mais de 1 trilhão de organismos microscópicos nos ecossistemas do planeta, sendo 99% deles inexplorados. As cepas microbianas mais eficientes são selecionadas e mapeadas geneticamente.
A partir da análise de diversidade microbiana e de experimentos, a empresa utiliza ferramentas, como o aprendizado de máquinas, para identificar funções, genes e moléculas que tenham potencial para o agronegócio. Os produtos são desenvolvidos a partir de microrganismos que apresentem tolerância a condições estressantes.
A startup também realiza seleção e reprogramação de genes para alcançar melhor performance nos produtos. Antes de serem lançados no mercado, os bioinsumos passam por testes de pequena e grande escala para validar os mecanismos de atuação; para isso, a empresa conta com a colaboração de parceiros do setor agrícola.
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Aplicações de bioinsumos na agricultura
As comunidades microbianas têm papel fundamental na produtividade das lavouras, o que tem sido revelado por técnicas avançadas de sequenciamento genético e análise de dados. As bactérias e os fungos contribuem para a absorção de nutrientes do solo, a tolerância ao estresse hídrico, a proteção contra pragas e doenças, entre outras funções.
Com o uso de bioinsumos na plantação, é possível reduzir de forma significativa a aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas e, especialmente, as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, os microrganismos podem ser utilizados para manejos sustentáveis, como agricultura regenerativa, de conservação e agrofloresta.
Um dos exemplos de sucesso do setor é a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), presente em 80% das plantações de soja do País. A técnica, criada na década de 1970, economiza mais de US$ 10 bilhões em fertilizantes nitrogenados por ano no Brasil e evita a emissão de 430 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).
Fonte: Symbiomics, Revista Cultivar, Research and Markets