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Projeto de exploração de petróleo no Alasca cria problema nos EUA

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No dia 12 de março, o gabinete do presidente americano Joe Biden aprovou o Projeto Willow, um plano da empresa ConocoPhillips para explorar petróleo em uma das áreas mais intocadas do planeta. O projeto criará cerca de 199 poços de perfuração dentro da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca, uma região pública e reservada de cerca de 93 mil hectares nos Estados Unidos.

Além dos problemas óbvios para a biodiversidade e a fauna local, o projeto vem sendo criticado pela quantidade de poluição causada. Estima-se que a queima dos combustíveis fósseis extraídos na empreitada poderiam liberar na atmosfera mais de 280 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa.

Petróleo descoberto nas proximidades de Alpine levou ao início do projeto. (Fonte: Wikimedia Commons)

Projeto Willow

A iniciativa prevê um investimento de US$ 8 bilhões para a abertura de novos poços na encosta norte do Alasca, em área próxima a outros pontos de exploração de petróleo da ConocoPhillips. A companhia estima que, com a nova infraestrutura, conseguirá fornecer 600 milhões de barris de petróleo em um período de 30 anos.

A proposta inicial envolvia perfurações em cinco novos locais, o que implicaria a construção de estradas, pontes, oleodutos e outros pontos de estrutura. Porém, após análise ambiental e diversas críticas, foram permitidas perfurações em apenas três novas áreas, um território 27,5 mil hectares menor do que o proposto no começo.

Segundo a companhia, durante a fase de construção serão criados 2,5 mil empregos; a longo prazo, serão cerca de 300 mil. Isso poderia transformar a economia de toda a área do entorno e ajudar economicamente a população local. Além disso, a ConocoPhillips defende que a empreitada gerará bilhões de dólares em royalties e impostos para os governos local e federal.

Exemplo de oleoduto no Alasca que deverá ser reproduzido pelo Projeto Willow. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

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Preço político

O anúncio da liberação foi uma ducha de água fria para apoiadores do governo Biden e para ambientalistas. A fim de se antecipar às reações negativas, o governo anunciou um dia antes a medida de limitar ou impedir a exploração de petróleo offshore na baía de Beaufort, no Oceano Ártico. O anúncio englobou a proteção de uma área de 64 milhões de hectares, hábitat de muitas espécies de baleias, focas, leões-marinhos, ursos-polares e outros.

Apesar de o projeto ter sido aprovado inicialmente no governo Trump, ficou quase dois anos parado por uma decisão judicial que mandou refazer a análise ambiental. Mesmo tendo batido na tecla da defesa ambiental e do retorno aos acordos internacionais durante a campanha, o governo Biden não resistiu à pressão judicial e econômica e aprovou o plano.

Uma das principais formas de protesto contra o projeto tem sido as manifestações digitais. As redes sociais foram inundadas por mensagens de ativistas, e uma petição contra a iniciativa já tem mais de 3 milhões de assinaturas. Além disso, políticos e membros da sociedade civil entraram com ações contra o Willow, alegando o descumprimento de regras ambientais consolidadas.

Dependência do petróleo

A crise gerada pelo Projeto Willow mostra um gargalo do desenvolvimento econômico global. Enquanto o mundo entende a necessidade de frear o uso dos combustíveis fósseis para garantir o futuro do planeta, a economia vive momentos de estagnação e ainda é fortemente dependente de petróleo, gás e carvão.

Representantes do Departamento do Interior afirmaram que a quantidade de gases emitidos durante os 30 anos de vigência do projeto corresponde à inclusão de 1,7 milhão de automóveis por ano na frota americana. A área onde os novos poços serão perfurados é próxima a regiões que sofrem com derretimento do gelo, erosão costeira e até incêndios florestais. O projeto cria focos de poluição no coração de um dos locais mais afetados pelo aquecimento global no planeta.

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Fonte: Euronews, Reuters, DW, NY Times, Away

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