Agricultura orgânica: o que é e características
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A agricultura orgânica é um movimento de cultivo de alimentos que busca reduzir os impactos ambientais ao solo e aos lençóis freáticos provocados por métodos convencionais que usam pesticidas e fertilizantes. Além disso, há uma preocupação com a redução de elementos nocivos que podem chegar à mesa do consumidor.
Esse movimento preza pela manutenção e pelo direito de acesso às sementes, que, em muitos casos, acabam sendo modificadas geneticamente e se tornam monopólio de grandes empresas.
O que é agricultura orgânica?
Agricultura orgânica é o processo de produção de alimentos comprometido com práticas ecologicamente corretas, que garantam a saúde do meio ambiente e dos consumidores. Também chamado de agricultura natural, esse método emprega alternativas naturais no lugar do uso de agrotóxicos e incorpora ao seu favor as características locais de topografia, recursos hídricos, sazonalidade e características de solo.
Segundo a Embrapa, o termo “agricultura orgânica” surgiu em 1920, quando diversos movimentos se posicionaram contra práticas de adubação química e lutaram pelo retorno de métodos mais naturais.
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O que é agricultura familiar e qual é a sua importância?
Características da agricultura orgânica
A principal característica da agricultura orgânica é a recusa do uso de defensivos agrícolas químicos, pesticidas, fertilizantes sintéticos e da monocultura. A adubação orgânica pode ser feita com o uso de compostagem.
Outra grande característica é o uso inteligente do solo por meio do manejo de vegetação nativa, que elimina a necessidade do uso de enriquecedores sintéticos. Esse manejo é feito com algumas técnicas, como a rotação de culturas (a qual evita que o solo se empobreça pelo uso dos mesmos nutrientes), combinação de plantios, uso de cobertura morta e de cultivos protegidos para controlar luminosidade, umidade e temperatura.
A agricultura orgânica também tem grande preocupação com o uso da água, por isso foge de métodos comuns de irrigação, preferindo técnicas como o gotejamento e outras que levam em conta a realidade da topografia e das práticas culturais locais.
Pensando em culturas locais, a agricultura orgânica é muito marcada por ser realizada principalmente pela agricultura familiar. Isso porque os grandes latifúndios de terra acabam se rendendo à plantação de grandes monoculturas (principalmente de commodities, que geram altos lucros com a venda ao exterior) e, nessas condições, o uso de agrotóxicos e fertilizantes é quase uma necessidade.
Em oposição a isso, a agricultura familiar usa as técnicas naturais supracitadas para evitar pragas e garantir a produção. O próprio preparo do solo é feito diferentemente, evitando aração, e até o mato pode ser usado como controle manual e preventivo.
O que define um produto como orgânico?
A diferença entre um alimento orgânico e um convencional é o seu modo de produção. No Brasil, os alimentos orgânicos precisam estar de acordo com a Lei n° 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Apesar de todos os esforços, é impossível garantir que o alimento orgânico esteja 100% livre de resíduos de fertilizantes. Estudos demonstram que 13% dos alimentos orgânicos apresentam traços desses compostos químicos, enquanto nos alimentos tradicionais os números podem chegar a 71%.
Devido às técnicas de produção e à ausência de melhoradores químicos, as safras de orgânicos costumam gerar produções menores, o que acaba encarecendo os produtos. Os orgânicos tendem a ser até 40% mais caros do que os alimentos tradicionais.
Fonte: Toda Matéria, Pix Force, Ecycle, Associação de Agricultura Orgânica, CPT, Mundo Educação, Embrapa, Infobibos.