Miíase: saiba o que é e como a doença afeta os animais
A miíase, popularmente conhecida como “bicheira”, causa um prejuízo de US$ 150 milhões por ano para a pecuária brasileira. A enfermidade provoca queda de produtividade do leite, diminuição do ganho de peso e baixa qualidade do couro. No entanto, a condição pode ser prevenida com atitudes simples de manejo adequado do plantel.
Essa doença ocorre em regiões tropicais e subtropicais, com maior incidência nos períodos quentes e úmidos. Ela pode atingir qualquer animal vertebrado, inclusive os bois, principalmente os bezerros recém-nascidos e os machos castrados recentemente.
O que é miíase?
A miíase é uma doença parasitária em que larvas da mosca-varejeira se desenvolvem no tecido vivo de um hospedeiro. A condição é comum em bovinos, caprinos e ovinos, além de animais de estimação e humanos.
As larvas, também conhecidas como bicheiras, geralmente são depositadas em feridas abertas, úlceras, cavidades naturais do corpo ou áreas onde há umidade, como orelhas, nariz, olhos e órgãos genitais.
As moscas adultas colocam seus ovos nessas áreas e, quando os ovos eclodem, os parasitas se alimentam de tecidos e secreções corporais. Isso acaba causando danos significativos ao animal se não forem tratadas adequadamente.
Quais são os sintomas da miíase?
O principal sintoma da miíase são os danos à pele, incluindo feridas abertas ou lesões inflamadas abaixo da pele que apresentam mau cheiro. O animal pode apresentar sinais de irritabilidade, devido à dor e desconforto causados pelas larvas, lambendo ou mordendo a região onde as larvas estão presentes em uma tentativa de aliviar a coceira ou a irritação.
Dependendo da localização da infestação, pode haver a presença de secreções provenientes da ferida. Em casos mais graves, a miíase pode causar uma diminuição do apetite do animal devido ao desconforto e à dor associados. O hospedeiro também pode apresentar sintomas gerais de mal-estar, letargia, febre e perda de peso.
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Como tratar a miíase?
O tratamento da miíase em animais envolve a remoção das larvas do animal por um médico veterinário. Isso pode envolver a extração manual, o uso de soluções antissépticas ou até mesmo a aplicação de substâncias larvicidas específicas.
A área infestada precisa ser limpa e desinfetada para prevenir infecções secundárias. Se o quadro infeccioso estiver mais avançado, o veterinário poderá prescrever medicamentos, como antibióticos, para tratar a lesão.
Em casos mais graves, quando a bicheira afeta o estado geral do animal, podem ser necessários cuidados de suporte adicionais, como fluidoterapia, analgésicos ou outros medicamentos para auxiliar na recuperação.
Quais são as formas de prevenção da miíase?
O controle sanitário é a principal estratégia para a prevenção da miíase. O ambiente de criação deve estar limpo e livre de resíduos orgânicos em decomposição, como fezes, restos de comida e material vegetal. Isso ajudará a reduzir a atração de moscas para a área.
O rebanho deve ser verificado regularmente, principalmente nas regiões do corpo mais propensas a atrair moscas, além de lesões na pele. Qualquer ferida deve ser tratada imediatamente, com limpeza e medicamentos apropriados.
Existem, ainda, métodos de controle dos insetos adultos, como o uso de armadilhas específicas ou armadilhas luminosas, que ajudam a reduzir a população de moscas no ambiente. Em casos de surtos de moscas nas áreas de criação, o uso de inseticidas pode evitar o surgimento das doenças no rebanho.
Fontes: Rede D´or São Luiz, Research Gate, Petz
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