Miíase: saiba o que é e como a doença afeta os animais

20 de julho de 2023 4 mins. de leitura
Apesar de causar um prejuízo de US$ 150 milhões por ano para a pecuária brasileira, a miíase é uma doença que pode ser prevenida facilmente

A miíase, popularmente conhecida como “bicheira”, causa um prejuízo de US$ 150 milhões por ano para a pecuária brasileira. A enfermidade provoca queda de produtividade do leite, diminuição do ganho de peso e baixa qualidade do couro. No entanto, a condição pode ser prevenida com atitudes simples de manejo adequado do plantel.

Essa doença ocorre em regiões tropicais e subtropicais, com maior incidência nos períodos quentes e úmidos. Ela pode atingir qualquer animal vertebrado, inclusive os bois, principalmente os bezerros recém-nascidos e os machos castrados recentemente.

O que é miíase?

As feridas são a porta de entrada para as larvas de moscas que causam a bicheira. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
As feridas são a porta de entrada para as larvas de moscas que causam a bicheira. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A miíase é uma doença parasitária em que larvas da mosca-varejeira se desenvolvem no tecido vivo de um hospedeiro. A condição é comum em bovinos, caprinos e ovinos, além de animais de estimação e humanos.

As larvas, também conhecidas como bicheiras, geralmente são depositadas em feridas abertas, úlceras, cavidades naturais do corpo ou áreas onde há umidade, como orelhas, nariz, olhos e órgãos genitais.

As moscas adultas colocam seus ovos nessas áreas e, quando os ovos eclodem, os parasitas se alimentam de tecidos e secreções corporais. Isso acaba causando danos significativos ao animal se não forem tratadas adequadamente.

Quais são os sintomas da miíase?

O principal sintoma da miíase são os danos à pele, incluindo feridas abertas ou lesões inflamadas abaixo da pele que apresentam mau cheiro. O animal pode apresentar sinais de irritabilidade, devido à dor e desconforto causados pelas larvas, lambendo ou mordendo a região onde as larvas estão presentes em uma tentativa de aliviar a coceira ou a irritação.

Dependendo da localização da infestação, pode haver a presença de secreções provenientes da ferida. Em casos mais graves, a miíase pode causar uma diminuição do apetite do animal devido ao desconforto e à dor associados. O hospedeiro também pode apresentar sintomas gerais de mal-estar, letargia, febre e perda de peso.

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Como tratar a miíase?

A higiene é fundamental para tratar e prevenir a miíase em animais e seres humanos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
A higiene é fundamental para tratar e prevenir a miíase em animais e seres humanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O tratamento da miíase em animais envolve a remoção das larvas do animal por um médico veterinário. Isso pode envolver a extração manual, o uso de soluções antissépticas ou até mesmo a aplicação de substâncias larvicidas específicas.

A área infestada precisa ser limpa e desinfetada para prevenir infecções secundárias. Se o quadro infeccioso estiver mais avançado, o veterinário poderá prescrever medicamentos, como antibióticos, para tratar a lesão.

Em casos mais graves, quando a bicheira afeta o estado geral do animal, podem ser necessários cuidados de suporte adicionais, como fluidoterapia, analgésicos ou outros medicamentos para auxiliar na recuperação.

Quais são as formas de prevenção da miíase?

controle sanitário é a principal estratégia para a prevenção da miíase. O ambiente de criação deve estar limpo e livre de resíduos orgânicos em decomposição, como fezes, restos de comida e material vegetal. Isso ajudará a reduzir a atração de moscas para a área.

O rebanho deve ser verificado regularmente, principalmente nas regiões do corpo mais propensas a atrair moscas, além de lesões na pele. Qualquer ferida deve ser tratada imediatamente, com limpeza e medicamentos apropriados.

Existem, ainda, métodos de controle dos insetos adultos, como o uso de armadilhas específicas ou armadilhas luminosas, que ajudam a reduzir a população de moscas no ambiente. Em casos de surtos de moscas nas áreas de criação, o uso de inseticidas pode evitar o surgimento das doenças no rebanho.

Fontes: Rede D´or São Luiz, Research Gate, Petz

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