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A importância do debate sobre saúde mental no campo

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Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), realiza a campanha “Setembro Amarelo”, com o objetivo de ampliar o debate sobre saúde mental e auxiliar na prevenção do suicídio. Afinal, trata-se de uma doença que causa a morte de mais de 12 mil brasileiros todos os anos — e, por mais que o senso comum faça parecer que esse é um mal tipicamente urbano, os moradores das zonas rurais também sofrem com ele. Por isso, o debate está adentrando cada vez mais nas porteiras de propriedades em todo o País, em qualquer época do ano. 

Agronegócio é o grupo ocupacional com maiores índices de depressão, segundo estudo da UFBA. (Fonte: Unsplash)

Como mostra um artigo publicado em 2019 pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que analisou a ocorrência de suicídios por grupos ocupacionais, foram registrados 77.373 casos no País entre 2007 e 2015, com a maior prevalência entre trabalhadores do agronegócio: 20,5 a cada 100 mil pessoas, quase o dobro da média nacional (10,5/100 mil). Também preocupa observar que esses índices aumentaram 23% ao longo dos sete anos pesquisados. 

Outro dado sobre esse fenômeno vem de uma dissertação de mestrado realizada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que entrevistou 1,5 mil moradores da zona rural do município e identificou sintomas depressivos em 35,6% dos participantes. A existência de depressão, por si só, não leva ao suicídio, mas é uma das três principais razões para que ele aconteça — as outras duas são o transtorno bipolar e o abuso de substâncias químicas, segundo a ABP. 

Suicídio: informar para prevenir

Como pondera o documento da UFBA, não é possível definir uma única causa para esse fenômeno, já que as doenças mentais e o desejo de tirar a própria vida são problemas muito complexos e influenciados por diversos fatores.

Em contrapartida, as cartilhas do CFM são enfáticas em afirmar que a principal forma de prevenir o suicídio é o debate franco o assunto — que ainda é considerado um tabu na sociedade. Segundo os especialistas, falar sobre suicídio deixa as pessoas que pensam em cometê-lo mais à vontade para procurar ou receber ajuda, em vez de sofrer em silêncio. Da mesma forma, quem está próximo fica mais preparado para ajudar. 

Conversar abertamente, sem julgamentos, é uma das principais formas de prevenir o suicídio. (Fonte: Unsplash)

Nesse sentido, um dos pontos mais importantes do debate é aprender a reconhecer os fatores de risco de suicídio — para saber quando oferecer ajuda. De acordo com o CFM, os dois mais importantes são a ocorrência de outras tentativas de tirar a própria vida e a existência de doenças psiquiátricas (como a depressão). As ideações suicidas também podem surgir como reflexo de um evento traumático, como uma perda financeira grave ou a morte de uma pessoa muito querida. 

Quem tem essa intenção pode demonstrá-la com sentimentos de desesperança ou impulsividade, além de fazer despedidas aparentemente sem propósito e comentários como “só queria sumir”. Portanto, a conversa e o apoio podem ser a melhor medida preventiva, tanto no campo quanto na cidade.

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Fonte: Conselho Federal de Medicina, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal da Bahia.

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