A Sociedade Rural Brasileira (SRB) fez história ao eleger pela primeira vez uma mulher para presidir a entidade, após cerca de 100 anos de fundação. Teresa Vendramini, de 60 anos, terá desafios já bem definidos para a sua gestão, entre eles o fortalecimento e o diálogo do setor agropecuário com as temáticas de sustentabilidade e questões ambientais. O cargo deverá ser ocupado por ela até o fim de 2022.
Vendramini é natural de Adamantina, no interior de São Paulo, graduada em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), com anos de experiência na área. Foi responsável pela estruturação do Departamento de Agropecuária como diretora da SRB durante a gestão de Marcelo Vieira, seu antecessor, que assumiu o posto em 2017.
Teka, como é conhecida profissionalmente, chama atenção para o protagonismo feminino no setor, comandado historicamente por homens. Esse cenário, no entanto, está mudando. Segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), cursos da área, como Zootecnia, Agronomia e Veterinária, têm cerca de 50% de mulheres como alunas. Teka, quando estava à frente da diretoria da SRB, ministrou diversas palestras com o objetivo de incentivar as mulheres do campo a enfrentarem seus medos para assumirem negócios no ramo agropecuário.
Sustentabilidade
Além do desafio de mostrar que a presença feminina pode favorecer o desenvolvimento do agronegócio, Teka promete investir em pautas relacionadas à sustentabilidade e questões ambientais, puxadas, sobretudo, por conta dos incêndios na floresta amazônica. “Quero criar um comitê da Amazônia aqui na Rural para debater essas questões”, afirmou em entrevista ao Estadão. Segundo ela, é possível mostrar que o agronegócio se preocupa com as questões ambientais e que esse equilíbrio é benéfico para os dois lados.
Segundo o Grupo de Proteção Ambiental do Brasil (GPA), existem diversos impactos ambientais causados pela agricultura, entre eles o desflorestamento, a erosão, os incêndios e a desertificação. Nesse sentido, a líder pretende promover diálogos entre ambientalistas e agricultores. “Não dá para dizer que o agricultor é péssimo, que degrada. Não é isso. A maior parte preserva, cuida. Tenho feito viagens e vejo como eles estão lá e que se ressentem do que falam deles do outro lado do País. Acho que dentro desse comitê eu quero trazer essas histórias para que se conheçam as práticas ambientais deles”, ressalta.
Teka atualmente gerencia propriedades rurais em São Paulo e no Mato Grosso do Sul e terá como vice-presidentes, segundo a SRB, Pedro de Camargo Neto, Francisco de Godoy Bueno e Sérgio Bortolozzo.
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Fonte: GPA, Estadão, SRB, Embrapa