Sustentabilidade no agronegócio pode melhorar imagem do setor

29 de novembro de 2019 4 mins. de leitura
A execução de práticas que respeitem o meio ambiente pode beneficiar o setor e a sociedade como um todo

Sustentabilidade é a palavra do momento. A organização internacional Global Footprint Network (GFN) efetua um cálculo que estipula o quanto de recursos naturais a Terra é capaz de produzir em 1 ano e o quanto a humanidade já gastou desse montante. Segundo a companhia, até 29 de julho deste ano já foram usados todos os recursos naturais que o planeta produziria em 2019.

Historicamente, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as práticas inadequadas no processo de produção da agropecuária provocaram um grande impacto ambiental no Brasil. Diversos biomas do País foram e ainda são profundamente afetados.

Por outro lado, há um aumento crescente na demanda mundial de alimentos. Uma vez que o Brasil tem uma participação expressiva nesse setor, o agronegócio encontra ótimas oportunidades de expansão. Nesse sentido, o contexto agrupa todas as condições necessárias para a atuação no segmento, uma vez que ele está devidamente capitalizado e a demanda por produtos ambientalmente sustentáveis é grande.

(Fonte: Shutterstock)

O que é sustentabilidade?

Em 1987, o Relatório Brundtland da Organização das Nações Unidas (ONU) criou o desenvolvimento sustentável, definindo-o como aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”. Ele precisa levar em consideração a sustentabilidade ambiental, econômica e sociopolítica.

No que se refere à questão ambiental, todos os recursos oriundos da natureza demandam uma série de cuidados para que possam continuar existindo. Sendo assim, as sustentabilidades econômica e sociopolítica só existem de fato à medida que a sustentabilidade ambiental é respeitada.

De acordo com o editorial de 2010 do periódico científico Química Nova, a conservação do meio ambiente pode e deve estar contida nas políticas de desenvolvimento do País, mas ela não se restringe à responsabilidade do Estado, mas sim de todos os agentes sociais, como a população e as empresas.

Agricultura sustentável

A agricultura sustentável nutre um respeito profundo pelo meio ambiente, sendo justa sob a ótica social e capaz de ser economicamente viável. Além disso, para ser classificado realmente como sustentável, a agricultura precisa assegurar que as próximas gerações consigam atender às demandas de produção e, ao mesmo tempo, elevar a qualidade de vida em todo o planeta.

Desse modo, colocar em prática a sustentabilidade no agronegócio é conseguir aumentar consideravelmente a produção de alimentos, melhorando a segurança alimentar e garantindo que a geração atual e as futuras tenham as suas necessidades supridas.

Além disso, a aplicação de práticas sustentáveis ajuda a melhorar significativamente a imagem do setor, agregando valor aos empreendimentos, assim como respeitabilidade e reconhecimento social e político.

Como realizar práticas sustentáveis no agronegócio?Conforme publicado pelo Estadão em agosto de 2018, um grupo composto por 170 entidades do agronegócio, inclusive ONGs de caráter ambiental, realizou uma reunião para elaborar e enviar aos presidenciáveis da época um documento contendo diversas propostas de práticas sustentáveis, entre as quais:

  • incentivar o aumento da produção de alimentos de forma sustentável;
  • promover a modernização das práticas agropecuárias e o fortalecimento da preservação ambiental;
  • encontrar alternativas válidas para a verdadeira recuperação de áreas degradadas;
  • procurar formas de atrair investimentos nacionais e internacionais;
  • criar propostas para aprimorar o financiamento à produção sustentável;
  • efetuar a recuperação da cobertura florestal em áreas de recarga de aquíferos de bacias hidrográficas;
  • ampliar o monitoramento ambiental a outros biomas nas diferentes regiões brasileiras;
  • elaborar e aplicar mecanismos para desmontar as cadeias produtivas que se valem de desmatamentos ilegais e outras práticas ambientalmente prejudiciais;
  • implantar imediatamente o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), levando em consideração não apenas a redução mas também a remoção do carbono da atmosfera;
  • implantação de sistema de multas pelo uso ilegal de terra, com uma sobretaxa aplicável a ecossistemas ameaçados e áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade;
  • realizar a suspensão do acesso a crédito e apoio para regularização fundiária a todas as propriedades que efetuem desmatamento ilegal;
  • suspender os diversos processos de diminuição de unidades de conservação e que ameaçam os direitos territoriais de indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.

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Fontes: Abag, Agrow, Fornar Indústria, UCDavis, Mar Sem Fim, Avicultura Industrial, Overshootday, Coalizão BR.

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