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Seringueira: para que serve essa planta?

As seringueiras movimentaram uma verdadeira indústria na Região Amazônica e foram responsáveis pelo crescimento de diversas cidades na área

4 minutos de leitura

24/05/2023

O látex, borracha natural extraída do caule da seringueira, é matéria-prima para inúmeros produtos essenciais. Entenda como a indústria do látex nacional chegou a dominar o mundo, mas acabou perdendo o seu protagonismo.

O que é a seringueira?

A seringueira é uma árvore originária da Floresta Amazônica, presente naturalmente nos países que abrigam este ecossistema. A planta é conhecida e apelidada pelo seu principal produto, o látex, que é retirado de seu caule. Ele é matéria-prima de uma série de mercadorias como borrachas, pneus, luvas e outros materiais cirúrgicos, e muito mais.

Existem 11 espécies de seringueira, todas naturais da bacia do Rio Amazonas, mas a Hevea brasiliensis é a mais procurada e reproduzida devido à qualidade superior de seu látex.

Exemplo de método tradicional de extração do látex. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Para que serve a seringueira?

A seringueira é uma planta antiga conhecida dos índios brasileiros. Antes da colonização, a planta já era valorizada, e seu fruto tem uma semente rica em nutrientes. A realização de cortes no caule, chamada de sangria da seringueira, expõe o látex, substância que era utilizada pelos índios para fazer bolas de borracha para fins recreativos.

Mais tarde, descobriu-se que a semente rica em óleos naturais também poderia ser utilizada para a fabricação de tintas, resinas e vernizes.

Com a colonização, a borracha natural fabricada a partir do látex começou a ser utilizada na fabricação de sapatos. A partir do século 18, o produto também começou a ser usado como apagador de grafite em ambientes escolares e de escritório.

O momento de grande transformação da importância da seringueira foi no século 19, quando o cientista Charles Goodyear desenvolveu a técnica de vulcanização. O processo aumentou a resistência e a elasticidade da borracha natural e permitiu multiplicar as finalidades do seu uso.

Em 1888, John Dunlop criou os pneus como conhecemos atualmente, e a indústria da borracha tornou-se fundamental para o mundo. A popularização dos carros não teria sido possível sem o produto, que era retirado exclusivamente da Região Amazônica.

Onde é mais comum de ser cultivada?

As seringueiras eram exclusivas da flora amazônica e, quando a demanda mundial pelo produto cresceu, a região passou por um enorme desenvolvimento populacional e econômico. Cidades como Belém e Manaus viram sua população se multiplicar em poucos anos e tiveram obras suntuosas, como o Teatro Amazonas, financiadas com o dinheiro proveniente da exploração do látex.

Entre 1830 e 1880, a população de Manaus passou de 3 mil habitantes para 50 mil habitantes. O Estado do Acre também ganhou importância no cenário nacional, inclusive com batalhas para anexá-lo ao território brasileiro, graças ao interesse no produto.

Durante a década de 1870, os ingleses coletaram sementes da seringueira e levaram para a Inglaterra com a finalidade de produzir plantas adaptadas à outras regiões. Eles obtiveram sucesso em adaptá-la aos climas tropical e subtropical da Malásia, Ceilão e Singapura.

Com o tempo, o sucesso das plantações no Sudeste da Ásia e na África Ocidental levou à queda das exportações dos produtos amazônicos. A situação mudou apenas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Japão dominou vários dos territórios produtores de borracha natural. Com a necessidade dos países aliados em obter o produto, iniciou-se um novo ciclo da borracha na Região Amazônica. Com o fim da Guerra, a demanda voltou a diminuir.

Atualmente, os maiores produtores de borracha natural são os países asiáticos. O Brasil produz cerca de 35% do total de produtos que utiliza, importando o resto.

Fruto aberto e semente da seringueira. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Qual é a importância para a região em que é mais encontrada?

As seringueiras são encontradas em todos os Estados da Região Amazônica e ainda em outros. Atualmente, o maior produtor de látex é o Estado de São Paulo, e isso deve-se às produções no noroeste do Estado, na região de São José do Rio Preto.

Apesar da diminuição da importância da seringueira amazônica para o mundo, muitos pequenos produtores rurais vivem do extrativismo tradicional do produto. As árvores têm um ciclo produtivo de 25 a 30 anos e são importantes para a economia de diversas regiões.

Quando chega o fim do ciclo produtivo da seringueira, as árvores têm uma circunferência média de 110 centímetros de tronco, e sua madeira é utilizada para confecção de móveis e diversos outros produtos. O óleo das sementes é muito utilizado pela indústria, e na Ásia já é usado como substituto do óleo de linhaça.

A torta obtida através da extração do óleo da semente da seringueira pode ser utilizada na alimentação de animais, e os seringais também podem ser utilizados como pontos de introdução de colmeias para a produção de mel.

Assim, as áreas de seringais apresentam diversos usos para os pequenos produtores. O látex também está voltando a ser valorizado por ser menos danoso para o meio ambiente do que outros métodos de produção de borracha, além de apresentar produtos finais de qualidade superior.

Fonte: Embrapa, Instituto Agronômico – Estado de São Paulo, Center for International Forestry Research, CropLife Brasil

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