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Saiba como o crescimento da avicultura na China afeta o Brasil

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Quase quinze milhões de toneladas: essa é a expectativa sobre a produção chinesa de frango em 2020, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A expansão é significativa e responde por um aumento de cerca de 10% em relação a 2019, quando a produção atingiu 13,75 milhões de toneladas – já considerada um patamar histórico na avicultura do país.

Segundo a Rabobank, holandesa que é líder mundial no ramo de financiamento para a agroindústria, a oferta interna tende a suprir a demanda local por carne de frango. Por isso, o Brasil ainda pode sentir por alguns meses a redução na balança de exportações da avicultura, contrariando a tendência do início do ano, que era positiva.

Outro fator a considerar é que a produção da ave no Brasil tem tido um aumento no custo de produção, o que tende a apresentar preços pouco atrativos ao mercado chinês.

Tendências

Oferta e demanda de frango na China estão próximas, o que tem provocado redução nas importações. (Fonte: Shutterstock)

Em razão desse crescimento, o preço da carne da ave deve oscilar em níveis relativamente baixos e estimular o consumo doméstico na China, retroalimentando o aumento no mercado interno de frango. Essa tende a ser uma aposta de longo prazo: a China está investindo em infraestrutura para comportar essa tendência e consolidá-la.

O preço de grãos como soja e milho, no entanto, deve estar valorizado, uma vez que servem de ração a esses animais. Trata-se, portanto, de um nicho que pode favorecer o agronegócio brasileiro focado em insumos para essa produção a médio e longo prazo. Hoje, 70% da soja brasileira tem a China como destino.

Além disso, a suinocultura brasileira pode ter boas notícias neste ano: há boa perspectiva para o aumento da exportação para a China. O país asiático passa por um período de chuvas fortes, com ocorrência de enchentes e inundações, o que facilita o adoecimento dos porcos. A China já passou por um problema semelhante no último ano, quando a peste suína africana obrigou o país a abater uma parte significativa do rebanho.

Pandemia

O governo chinês tem resistido à importação de carne de países com políticas frágeis de controle da Covid-19. (Fonte: Shutterstock)

Mesmo diante do cenário atípico causado pela covid-19, cujo primeiro foco mundial foi percebido no distrito de Wuhan, no sudoeste do país, a China conseguiu manter a produção de frangos no primeiro semestre de 2020 em marcos semelhantes a 2019, que já fora positivo.

A alta na produção, que tende a ser ainda maior neste segundo semestre, possui como principais fatores a rapidez do ciclo da avicultura e a política chinesa de consumo doméstico: diante da guerra comercial com os Estados Unidos, o governo chinês tem percebido a necessidade de se tornar menos dependente de importações.

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Fonte: O Presente Rural, Notícias Agrícolas e Estadão.

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