O aquecimento global continua aumentando ao longo das décadas, gerando alterações no clima em todo o mundo e impactando o agronegócio. A década de 2010 a 2019 foi mais quente do que a anterior. Já 2020 foi o segundo ano mais quente registrado desde 1880, quando a série histórica foi iniciada. O ano passado só foi menos quente que 2016, quando houve a presença do Super El Niño por 12 meses.
Nesse contexto, as previsões para 2021 indicam que o ano será mais frio por conta da presença do La Niña no primeiro trimestre, mas as alterações climáticas provocadas pelo esfriamento das águas do Pacífico perderão força ao longo do ano.
Por outro lado, os gases de efeito estufa continuarão a ser a maior influência no clima global. Por mais que as temperaturas fiquem menores do que no período passado, 2021 será um dos seis anos mais quentes de toda a história. Os pesquisadores do centro de meteorologia do governo do Reino Unido afirmam que a temperatura da Terra, em 2021, provavelmente ficará entre 0,91°C e 1,15°C acima do que foi de 1850 a 1900.
Alteração no clima global
A tendência de aquecimento deverá continuar firmemente, com a aceleração das alterações climáticas provocada pelo aquecimento global. O ano passado experimentou incêndios florestais sem precedentes nos Estados Unidos e no Brasil, bem como um calor extraordinário de 38°C na Sibéria.
Esses fatos aumentaram os gases de efeito estufa na atmosfera, e a quantidade de CO2 atingiu níveis recordes em 2020, chegando a 417 partes por milhão em maio. A última vez que os níveis de gás carbônico excederam 400 partes por milhão foi há cerca de quatro milhões de anos, quando as temperaturas globais eram de 2°C a 4°C mais altas e os níveis do mar estavam de 10 metros a 25 metros mais altos do que agora.
Derretimento de geleiras
O calor de 2020 acelerou o derretimento do gelo marinho e atrasou o congelamento do permafrost usual em quase dois meses. O permafrost contém uma grande quantidade de gases de efeito estufa, incluindo o carbônico e o metano, que são liberados na atmosfera à medida que vai degelando. Os solos permafrost, que se estendem por cerca de 23 milhões de quilômetros quadrados na Sibéria, Groenlândia, Canadá e Ártico, retêm duas vezes mais carbono do que a atmosfera ou quase 1,6 bilhão de toneladas.
Aumento de desmatamento
Estimativa aponta que 45% de todo o carbono da terra é armazenado nas árvores e no solo das florestas. No entanto, o desmatamento continua reduzindo coberturas florestais na América do Sul e na África. No período de 2015 a 2020, a taxa de desmatamento anual em todo o mundo foi de 10 milhões de hectares, um território do tamanho de Pernambuco.
O Brasil, a República Democrática do Congo e a Indonésia são os países que perdem cobertura florestal mais rapidamente. Em 2020, o desmatamento da Floresta Amazônica atingiu seu ponto mais alto em 12 anos.
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Fonte: BBC.