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A produção de milho na safra 2020/2021 sofreu grande impacto com a ausência de chuvas: a produtividade média das lavouras caiu 21% quando comparada à temporada anterior. Apesar do crescimento de 7% da área de plantio, o volume colhido sofreu forte recuo de 15,5%, ficando em 86 milhões de toneladas.
Esse cenário pode estar sendo deixado para trás, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na primeira apresentação das perspectivas para a safra 2021/2022, o órgão calcula que o volume produzido será de quase 116 milhões de toneladas de milho, quando somadas as três temporadas de plantio. Com isso, a produção total deverá registrar novo recorde.
O resultado será impulsionado pelo incremento de volume especialmente na safrinha, que deve registrar 87,3 milhões de toneladas — 45% superior em comparação à safra anterior. A primeira safra terá incremento de 9% na produção e deverá ficar em 27,2 milhões de toneladas, enquanto a última terá elevação de 5%, fechando em 1,5 milhão de toneladas.
Abastecimento garantido
A rápida retomada das atividades econômicas aumentou substancialmente, em março deste ano, a procura por milho para ração animal, em especial pelos mercados externos. O cereal registrou crescimento na busca para produção de etanol, o que manteve os preços elevados no Centro-Oeste durante os primeiros meses de 2021.
O consumo interno do grão é estimado em 73,6 milhões de toneladas na próxima safra, em crescimento de quase 4% na comparação anual, enquanto as exportações devem ficar em 39 milhões de toneladas, o que representa expressiva alta de 66%. Mas isso não quer dizer que haverá risco de desabastecimento do mercado.
A safra 2021/2022 deve iniciar com estoque de apenas 5,1 milhões de tonelada. O volume representa a metade das duas últimas temporadas e um terço de 2018/2019 e 2017/2018. Apesar disso, a produção do grão em um patamar histórico deverá garantir estoque de quase 10 milhões de toneladas no fim da safra.
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Resultados financeiros
Enquanto a margem líquida sobre custo operacional ficou, em média, entre 47% e 60% durante a safra 2020/2021 nas praças analisadas pela Conab, a rentabilidade média na próxima safra é estimada em 54,68% no Paraná e em 62,03% no Mato Grosso, um resultado que deve animar os produtores de milho depois de um ano amargo.
No modelo de previsão de preços da Conab, o valor da saca de 60 quilos deve alcançar uma máxima em novembro, quando pode atingir R$ 82,94 em Mato Grosso, considerando a análise neutra. O órgão espera queda significativa nas cotações nacionais após a colheita da safrinha. A projeção para o valor da saca é de R$ 72,49 em junho de 2022.
O baixo estoque de passagem, a quebra de safra em 2020/2021, a oferta reduzida por conta do clima e de pragas, além do preço internacional em alta e do real desvalorizado, contribuem para a valorização do cereal. No entanto, as incertezas em relação à demanda chinesa por milho e o custo de importação no nível dos preços nacionais favorecem a queda nas cotações do grão.
Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).