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Alta nos preços: defensivos agrícolas podem ter aumento

Aproximadamente 90% da matéria-prima utilizada na produção de agroquímicos no Brasil são importados, em grande parte vindos da China, local de origem da covid-19. Com a alta do dólar, o preço dos defensivos agrícolas pode sofrer aumento nos próximos meses, já que o estoque nacional está acabando, e os produtos no contexto atual tendem a ter custos mais elevados.

Até o momento, o impacto da pandemia no setor de agroquímicos não chegou ao bolso do produtor nem do consumidor graças à ação das indústrias, que compraram de forma antecipada a matéria-prima usada nos agrotóxicos. Essa atitude foi motivada, na época, pela alta do dólar, que já estava ganhando proporções alarmantes mesmo antes de o fator pandemia estar no horizonte.

Em meio à ascensão da doença no País, o setor agrícola não parou as atividades, a fim de garantir o abastecimento nacional e internacional de alimentos. Com cuidados redobrados, as fazendas continuam batendo recordes de produção e tendo boas expectativas, o que faz com que a necessidade de agrotóxicos se mantenha dentro do padrão considerado normal.

O uso de defensivos agrícolas é fundamental para o crescimento saudável das plantações. (Fonte: Shutterstock)

Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), só no primeiro trimestre de 2020 houve aumento de 7,5% no uso de defensivos agrícolas em relação ao ano anterior, sendo mais recorrentes as aplicações de herbicidas (40%), inseticidas (28%) e fungicidas (22%). Os cultivos que mais receberam os produtos foram café, soja, cana-de-açúcar, milho e algodão, que juntos representaram 90% do total utilizado.

Produtores precisam estar atentos à compra de agrotóxicos

Com o cenário indicando alta nos preços dos agroquímicos, é preciso que, na busca por se manter no orçamento, os produtores prestem atenção para adquirir produtos originais. Em maio, no Estado de Minas Gerais, foram apreendidos mais de 5 mil litros de agrotóxicos fraudados em uma fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Instituto Mineiro Agropecuário (IMA). De acordo com os agentes, o valor estipulado da mercadoria era superior a R$ 3 milhões.

Programa de bioinsumos

Para auxiliar o setor agropecuário, o governo instituiu, em 27 de maio, o Programa Nacional de Bioinsumos, que visa utilizar a riqueza da biodiversidade brasileira para ajudar os produtores rurais a diminuírem a necessidade de defensivos e, consequentemente, os gastos com eles. A estimativa é que haja aumento de 13% no uso dos recursos biológicos na agropecuária com a implementação do projeto.

Pragas são um grande problema para o produtor rural. (Fonte: Shutterstock)

Bioinsumos têm origem natural (vegetal, animal ou microbiana) e podem ser usados em toda a cadeia de produção de diversos sistemas — agricultura, pecuária, aquicultura e florestas — com o intuito de interferir, de forma benéfica, no desenvolvimento de plantas, animais, microrganismos e demais substâncias. Muitos deles já são utilizados para o controle de pragas e doenças.

O programa busca unir forças com estados e municípios para possibilitar a criação de políticas públicas que estimulem o uso de insumos biológicos, proporcionando também conhecimento e informações técnicas sobre como fazer o manejo correto dos produtos. Soma-se a isso a importância de se construir biofábricas para aumentar a produção de bioinsumos, de modo que seja possível atender às demandas do mercado, garantindo a ampliação e o fortalecimento da bioeconomia.

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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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