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Hambúrguer vegetal: conheça a carne vegana

Se antes era muito difícil encontrar itens para dietas vegetarianas e veganas no Brasil, hoje essa barreira foi superada, e o mercado brasileiro já oferece diversas opções para quem decidiu eliminar a carne e outros produtos de origem vegetal da sua dieta.

Os hambúrgueres vegetais são exemplos dessa tendência. Startups brasileiras vêm alinhando ingredientes como soja, ervilhas, grão-de-bico e beterraba a boas doses de tecnologia para criar carnes vegetais que tenham sabor, textura e até sangue como hambúrgueres de origem animal.

Hambúrguer vegetal é tendência mundial

Nos Estados Unidos, o hambúrguer vegetal é uma febre graças a duas empresas que desenvolvem produtos cada vez mais tecnológicos e têm conquistado o apoio de celebridades. Uma delas, a Impossible Foods (comidas impossíveis, em tradução livre), arrecadou mais de US$ 750 milhões de investidores como Serena Williams, Katy Perry e Jay Z.

Já a rival Beyond the Food (além da comida, em tradução livre) surpreendeu o mercado de ações com um aumento de 163% no valor dos seus papéis durante o primeiro dia de negociações. Segundo a consultoria Nielsen, a procura por esse tipo de produto no país aumentou 42% nos últimos 3 anos, movimentando US$ 900 milhões.

(Fonte: Impossible Foods/Divulgação)

As duas startups têm em comum o uso de tecnologia para melhorar o produto e oferecer aos consumidores a sensação de estarem comendo carne, mesmo saboreando um produto elaborado a partir de batatas e ervilhas.

A Impossible Foods foi fundada por Patrick Brown, um professor de Bioquímica da Universidade de Stanford. Ele e sua equipe de engenheiros e especialistas em alimentos descobriram uma molécula chamada “heme” que dá à carne o gosto que ela tem quando é assada no fogo. É a partir dessa molécula que Brown e sua equipe criam um hambúrguer vegetal idêntico — ao menos em aparência — ao hambúrguer de origem animal. Para criar a carne vegetal, essa molécula é injetada em vegetais nos laboratórios da Impossible Food.

Na Beyond the Food, proteínas de leguminosas como ervilha, favas e soja são usadas para criar a carne vegetal. Para isso, passam por diversos processos de vaporização, pressão e mudanças na temperatura até chegarem à textura da carne de origem animal.

Cenário brasileiro é promissor

No Brasil, a primeira empresa a investir no setor é a Fazenda Futuro. A startup é liderada por Marcos Leta, criador da marca de sucos Do Bem, que foi comprada pela Ambev em 2016. O Futuro Burger, como é chamado o hambúrguer vegetal desenvolvido pela companhia, foi criado após 2 anos de pesquisa para entender a textura da carne. Na sua composição estão presentes proteína de soja, grão-de-bico, ervilhas, aromatizantes, e o toque final fica por conta da beterraba, que dá a cor e cria um “sangue” semelhante às carnes reais.

O mercado de produtos substitutos daqueles de origem animal é bastante promissor no Brasil. A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) encomendou em 2018 uma pesquisa ao IBGE Inteligência para saber o número de adeptos de dietas que restringem o consumo de produtos de origem animal.

O resultado apontou que 14% das pessoas se declaram vegetarianas no país, e esse número sobe para 16% quando se trata das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Esses dados indicam que, em um período de 6 anos, o crescimento do número de pessoas que não comem carne foi de 75%, já que a mesma pesquisa de 2012 informava que 8% da população se declaravam vegetarianas.

(Fonte: Shutterstock)

Expandir e conquistar novos públicos

Mesmo com um grande mercado à vista, as empresas que investem em carnes de origem vegetal querem mais. Melhorias constantes no desenvolvimento do produto têm como foco agradar não apenas aqueles que são adeptos do vegetarianismo ou do veganismo, mas também o público em geral.

Para o criador da Impossible Foods, Patrick Brown, o futuro do planeta precisa desse tipo de solução. O pesquisador vê nas carnes vegetais uma saída para as demandas por alimento que teremos no futuro. “A produção da pecuária hoje não é sustentável. Não vamos conseguir alimentar 7 bilhões de pessoas ocupando tanto espaço no solo assim”, afirma o pesquisador. Seja você vegetariano, vegano ou um consumidor à procura de novidades, o certo é que podemos comemorar a diversidade de opções que teremos à mesa.

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Fonte: Estadão, BBC, Sociedade Vegetariana Brasileira.

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