O comércio de maçãs no Brasil obteve bons resultados no primeiro trimestre de 2020: as exportações avançaram 56% em comparação com o ano anterior. Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), demonstraram que o mercado de maçãs permaneceu forte no País, apesar das inseguranças geradas pela pandemia do novo coronavírus.
O agronegócio tem sido o setor menos afetado pela crise econômica gerada pela covid-19. O que tem preocupado os produtores de maçã, na verdade, é o clima. O início da colheita para a safra 2019-20 precisou, inclusive, ser adiado por conta das horas de frio abaixo do esperado no inverno do último ano.
Mesmo com grandes consumidores da maçã brasileira, como a Índia e Bangladesh, tendo que lidar com lockdown e restrições de movimentação, o Brasil teve um crescimento de 39% da receita do produto em comparação com a safra anterior na região. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a quantia total alcançou a marca de US$ 11 milhões em vendas.
Na Europa, as barreiras comerciais variam de um país para outro. Entre os com maior participação no consumo da maçã nacional está a Rússia, que recebeu 11% das 16 mil toneladas enviadas para o exterior no primeiro trimestre do ano.
Perspectivas para 2020
O ano de 2019 terminou gerando algumas preocupações para os donos de macieiras no Brasil. Na região Sul — em especial Santa Catarina —, o excesso de chuvas no mês de novembro fez com que aumentasse a aparição de doenças fúngicas nos pomares. Devido ao aumento das pragas, o preço da maçã escalou nos meses subsequentes, visto que foi preciso alocar parte da verba em pulverizações.
De acordo com a Secex, o crescimento dos índices pluviais também foi responsável por quebrar 30% da produção da maçã gala naquela safra. Com isso, a balança comercial fechou com o Brasil gastando US$ 14 milhões a mais em importações do que recebeu com a venda de seu produto.
Para 2020, é esperado um menor volume na produção de maçãs fuji, que é uma espécie bienal e por isso deve perder espaço para frutas miúdas nesta temporada. Porém, se o volume da colheita dessa variação da fruta deve ser menor, o cenário atual do mercado se mostra favorável para o Brasil. Com as frutas médio-miúdas em evidência no comércio internacional, o País se apresenta como um potencial parceiro comercial no exterior.
Além de apresentarem um ótimo tempo de prateleira — leia-se prazo de validade — as frutas médio-miúdas acabam sendo uma opção atrativa para os mercados compradores de maçã nesta época do ano. É por meio delas que o Brasil espera conseguir bons envios e aliviar as cotações para seu mercado interno.
Ameaça do novo coronavírus
A crise causada pela pandemia da covid-19 faz com que o agronegócio tenha que funcionar com algumas alterações em sua rotina. Apesar de essa doença ter sido responsável pela diminuição das atividades econômicas de muitos países, esses desafios ainda não se refletiram em grandes problemas para o comércio de maçã no Brasil até o mês de março de 2020. Diante da instabilidade do cenário atual da economia, o Governo Federal ainda trabalha com cautela em relação a possíveis futuros prejuízos no setor.
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Fonte: Hortifruti, Notícias Agrícolas, Summit Agro e Jornal do Comércio.