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Especialistas encaram com otimismo o papel do Brasil na COP-26

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O primeiro painel do Estadão Summit Agronegócio 2021 começou com um tom otimista ao debater a presença do Brasil na COP-26. Sob a mediação da repórter do Broadcast Agro, Clarice Couto, três especialistas do setor fizeram um balanço do Agro na última conferência do clima. Saiba mais sobre as discussões da manhã desta terça-feira (16). 

Imagem positiva

Especialistas acreditam que o Ministério do Meio Ambiente apresentou um plano interessante na COP26, mas que o desafio é cumpri-lo. (Fonte: Lincoln Siebra/MRE/reprodução)

Para Eduardo Delgado Assad, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e especialista em mudanças climáticas e agricultura, desde 2018 o Brasil vinha perdendo seu protagonismo nas conferências climáticas e, este ano, com um novo posicionamento do Governo brasileiro, esse lugar foi gradualmente retomado. “Conseguimos mostrar que estamos nos reposicionando e vendo o que é possível fazer”, argumenta. 

O especialista reforçou, entretanto, que o Estado precisa manter a coerência do seu discurso para preservar a confiança junto aos investidores. “Três dias depois da COP, nosso representante máximo vai em Dubai e diz que a Amazônia está intocável como em 1500. Como querem que nossos parceiros comerciais acreditem no que falamos? Esse é um grande problema: dar um passo para frente e dois para trás”.

O coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, concordou que o Brasil foi visto com bons olhos durante a conferência climática.  “Nenhum outro país foi para a COP com metas tão claras e diretas como o setor agropecuário brasileiro”, argumentou. 

Ainda assim, para os convidados, o desmatamento permaneceu como uma questão em aberto e que precisa ser combatida. Segundo Deise DallaNora, Diretora de Food Solution Innovation da Yara Brasil, de nada adiantarão os compromissos fechados se esse problema permanecer. “Temos muitas leis nesse sentido. Mas devemos garantir que elas funcionem”, destacou. 

Soluções

Convidados debateram o papel do agronegócio brasileiro na COP-26. (Fonte: Estadão Summit Agro/Reprodução)

Para DallaNora, um dos grandes pontos fracos da COP-26 foi a mudança do termo eliminação de combustíveis fósseis para redução. Isso porque, conforme argumentou Assad, essa é uma das principais fontes de poluição do mundo, representando 70% da emissão de gases dos países desenvolvidos. 

“Aqui, nossa maior fonte de emissões vem do campo e estamos comprometidos com a mudança. Mas eles precisam colaborar também”, defendeu o pesquisador. 

No que tange a soluções práticas, os convidados apresentaram uma série de estratégias com as quais o agro poderia contribuir com o equilíbrio do planeta. Assad citou, por exemplo, a recuperação de pastos degradados. A medida aumenta a oferta de alimentos para o boi, reduzindo de 36 para 24 meses o tempo de abate do animal, representando um ano a menos de emissão de metano para a comercialização de um rebanho. 

DallaNora menciona também o papel da tecnologia nessas transformações. Especialmente as que possibilitam a análise de quais macro e micronutrientes são necessários para evitar o uso inadequado de fertilizantes e obter um solo de mais qualidade. 

Outras alternativas também foram mencionadas, como a amônia verde, fonte sustentável que pode reduzir em até 80% as emissões no processo produtivo, além de fomentar a economia circular, já que o fertilizante, ainda em fase de estudos, tende a retornar para a cana de açúcar. 

O Estadão Summit Agro segue até quarta-feira (17). Confira a programação completa e se inscreva!

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Fonte: Estadão Summit Agronegócio 2021.

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