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Entenda o que pode afetar o valor do milho nas próximas semanas

O valor da saca de 60 kg do milho registrou R$ 82 no encerramento de outubro no Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas). O valor representa um recorde real da série diária acompanhada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), iniciada em agosto de 2004.

A valorização do grão no mercado interno segue firme há sete semanas. Isso acontece, de acordo com o Cepea, por conta da demanda doméstica aquecida, além do alto preço internacional e da valorização do dólar, que mantêm a paridade de exportação elevada.

O Centro de Estudos relata ainda que muitos compradores, principalmente de São Paulo e do Rio Grande do Sul, encontram dificuldades em negociar grandes volumes do produto. Mesmo com a safra maior no Centro-Oeste, vendedores têm preferido exportar o cereal.

Perspectivas a curto prazo

Ritmo da colheita nos Estados Unidos deve diminuir nas próximas semanas por conta da previsão de chuvas. (Fonte: Shutterstock)

Nas próximas semanas, os volumes ofertados de milho no mercado podem continuar sem atender toda a demanda. Apesar disso, não deve haver escassez do cereal em nenhuma região brasileira, mas o produto deve continuar caro devido à conjugação de fatores externos e internos.

No mercado externo, o preço do cereal deve continuar subindo em decorrência do avanço da colheita nos Estados Unidos. Na segunda e terceira semanas de novembro, as chuvas previstas podem segurar o ritmo de trabalho nas lavouras norte-americanas.

No mercado interno, o atraso nas chuvas e o dólar valorizado combinado com a continuidade das exportações e ausência de estoques internos devem acelerar o suporte de preços. O atraso do plantio de verão e a safrinha 2021 mais tardia ainda deve reduzir a demanda, pressionando os valores para cima.

Demanda chinesa

Relatório indica que China pode triplicar compras de milho dos Estados Unidos. (Fonte: Shutterstock)

O mercado mundial está atento a qualquer movimento agressivo de compra por parte da China. No Brasil, alguns analistas da indústria de exportação de grãos chegaram a demonstrar preocupação com o possível cancelamento de contratos com o mercado chinês. 

Porém, se depender do apetite da China, o agronegócio brasileiro não deve se preocupar em um curto prazo. O gigante asiático anunciou a manutenção de sua cota para importações com tarifas mais baixas para o milho e outros produtos em 2021 com os mesmos volumes estabelecidos em anos anteriores. O país anunciou que deverá comprar 7,2 milhões de toneladas do grão.

O Brasil está negociando a atualização do protocolo de exportação do cereal com o governo chinês. Caso a ação tenha resultado, o milho brasileiro poderá ser dispensado de comprovar ações para prevenção de pragas, o que deve facilitar a entrada do produto nos portos chineses.

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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Canal Rural, Notícias Agrícolas, Sucessful Farming, O Presente Rural.

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