Dia da Sobrecarga da Terra: entenda significado da data
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O Dia da Sobrecarga da Terra é a data em que a utilização de recursos naturais pela humanidade ultrapassa a capacidade do planeta de regeneração. Em uma analogia simples, seria o momento em que o mundo entra no “cheque especial” dos bens e serviços ecológicos, passando a utilizar “o saldo” que seria destinado para as gerações futuras.
O conceito foi criado pela organização não governamental (ONG) Footprint Network, que também é responsável por calcular a data. A instituição considera uma base de 3 milhões de dados estatísticos de 200 países, além de informações de entidades internacionais como o Projeto Global de Carbono e a Agência Internacional de Energia (IEA).
Para calcular o Dia da Sobrecarga da Terra, a quantidade de recursos ecológicos que o planeta é capaz de gerar em um ano, chamada de biocapacidade mundial, é dividida pela demanda da humanidade no período, representado pela pegada de carbono global. Por fim, o resultado é multiplicado por 365, número de dias do calendário anual.
Dia da Sobrecarga da Terra vem cada ano mais cedo
Em 1970, o Dia da Sobrecarga da Terra caiu em 30 de dezembro. Isso significa que quase todos os recursos naturais consumidos foram produzidos naquele ano, representando certo equilíbrio. A partir de então, a demanda vem aumentando, mas a capacidade de regeneração do planeta não está acompanhando o ritmo.
Em 1980, a data foi 4 de novembro. No ano 2000, foi em 22 de setembro e, assim, foi se acelerando ao longo da década. Em 2019, 26 de julho marcou a data. Por conta da pandemia, em 2020, o uso dos recursos retrocedeu e o dia foi 22 de agosto.
No entanto, com a retomada das atividades econômicas, a data voltou a avançar e, em 2021, foi 29 de julho. Isso significa que, para manter o consumo nos níveis atuais, é necessário 1,7 planeta em termos de recursos naturais.
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Consumo por país é diferente
O Dia da Sobrecarga da Terra considera uma média global, mas os países têm um padrão de consumo diferente. A população de Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, esgotou todos os seus recursos naturais do ano no dia 14 de fevereiro, enquanto a Jamaica só deverá ultrapassar o limite de equilíbrio de sua pegada ecológica em 20 de dezembro.
A maior parte da América do Norte e da Europa utiliza os bens ecológicos disponíveis antes ainda no primeiro semestre. Isso significa que, se o padrão de consumo desses países fosse a média mundial, seriam necessárias duas Terras por ano para sustentar todas as pessoas.
A Holanda, por exemplo, teve seu Dia da Sobrecarga em 12 de abril. Se toda a população mundial consumisse como os holandeses, seriam necessários 3,6 planetas para atender à demanda. No entanto, como o país importa 78% de seus recursos, se fosse contar apenas com seu território, seriam necessários 7,3 Holandas para regenerar o que foi consumido.
E o agronegócio com isso?
A produção agropecuária responde por boa parte da pegada ecológica dos países. Isso acontece porque os combustíveis fósseis são largamente utilizados para cultivar, colher, processar e distribuir alimentos.
Na agroindústria, as colheitas dependem de grandes quantidades de fertilizantes nitrogenados, produtos químicos agrícolas à base de petróleo, bombas para irrigação, diesel para máquinas e óleo para o escoamento da produção.
No entanto, o agronegócio pode reverter esse quadro. A utilização de práticas sustentáveis, como energias renováveis e métodos produtivos capazes de sequestrar carbono, ajuda a reduzir a pegada ecológica e garantir a sustentabilidade do planeta para essa e as próximas gerações.
Fonte: Earth Overshoot Day.
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