Como controlar o capim-carrapicho na propriedade?
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Segundo o informativo Plantas Daninhas da Cultura do Milho, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o capim-carrapicho é uma planta herbácea encontrada em todo o território nacional, com menor frequência no Rio Grande do Sul e na Região Norte. Também chamado de capim-amoroso, o capim-carrapicho (Cenchrus echinatus L) é uma erva daninha conhecida pela agressividade e por diminuir a qualidade de diversos produtos agrícolas.
A planta é nativa da América Tropical, pertencente à família Poaceae, conhecida pelas características invasoras e por se desenvolver no meio de diversas culturas. O formato é reto e sem pelos, podendo medir entre 20 centímetros e 60 centímetros. Destaca-se por grudar na roupa e no pelo de animais.
Outra característica identificadora do capim-carrapicho é a base da plântula, que tem coloração avermelhada. As sementes são presas às raízes e têm formato subgloboso, medindo entre 4 milímetros e 7 milímetros. Devido ao peso, as sementes não são transportadas pelo ar, então comumente a planta é dispersada pelo contato com máquinas não higienizadas, animais ou manejo humano.
A planta é anual, e o enraizamento ocorre quando os nós presentes nos colmos entram em contato com o solo.
Danos gerados pelo capim-carrapicho
Uma única planta de capim carrapicho pode formar até 1,1 mil sementes que se dispersam e se desenvolvem facilmente, uma vez que a planta é indiferente à incidência de luz. Em condições ideais, as sementes podem atingir profundidade de 10 centímetros no solo.
O capim-carrapicho compete por água e luz nas lavouras que infesta, diminuindo a qualidade da safra. Também pode causar ferimentos em trabalhadores rurais e animais e impedir a alimentação deles. Além disso, a planta atrapalha a colheita mecanizada.
Algumas das culturas mais afetadas pela erva daninha são soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, citros, café, arroz, feijão-vagem e alface. Em plantações de algodão, o capim-carrapicho pode se fixar nas fibras, diminuindo de forma irreversível o valor da cultura.
Além de terem queda na produtividade, as culturas infestadas pelo capim-carrapicho ficam mais sujeitas a pragas que têm a erva daninha como hospedeira. Assim, aumentam-se as impurezas e diminui-se a qualidade do produto colhido.
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Como controlar o capim-carrapicho nas propriedades?
O controle correto do capim-carrapicho envolve o manejo integrado. Como as sementes podem se desenvolver em profundidade, muitas vezes elas ficam abaixo da faixa tratada por herbicidas. Portanto, o ideal é realizar a rotação de culturas e de herbicidas e usar culturas cobertas.
Também é importante realizar a higienização correta das máquinas utilizadas, já que o contato pode dispersar as sementes da erva daninha. Isso vale, também, para impedir que a contaminação chegue a cercas e canais de irrigação.
Segundo a Embrapa, não foi detectado nenhum tipo de resistência a herbicidas no Brasil. Os produtos mais utilizados para impedir a infestação são glifosato, cletodim, trifluralina, s-metolachlor, isoxaflutole, paraquat e glufosinato de amônio.
Para garantir o sucesso no controle de ervas daninhas é sempre importante também considerar fatores como adubação, qualidade da água usada na irrigação, condições climáticas e tipo de solo.
Fonte: Embrapa, Bayer, Syngenta Digital, Round up ready plus.